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Empresário não vê fronteira da inovação

Pesquisa feita por Harvard e CNI mostra que maioria das empresas brasileiras não tem investimentos previstos

Brasil tem vantagem competitiva natural, mas falta conhecimento e investimento em tecnologias de ponta

ANA ESTELA DE SOUSA PINTO EDITORA DE "MERCADO"

Sol, terra e água em abundância --e no mesmo país--dão ao Brasil uma vantagem competitiva significativa para a inovação nas atividades biológicas, dentre elas a biotecnologia, a mais popular.

Falta visão empresarial, a julgar pelos resultados de pesquisa feita pela Harvard Business Review Brasil, em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Numa escala de 0 a 5 de conhecimento do tema, metade dos entrevistados, ouvidos em junho e julho deste ano, diz estar abaixo de 3 e apenas 4% chegaram ao nível 5, ou seja, total entendimento do que significa bioeconomia.

O termo abrange a produção de remédios e alimentos funcionais, a produção de plásticos a partir de vegetais e o desenvolvimento de refinados nanossensores (de milionésimos de milímetros) que podem detectar e tratar doenças, medir a poluição, prevenir contaminação e até atuar contra o bioterrorismo.

A falta de visão estratégica sobre a vantagem competitiva natural do país é a barreira original nesse caminho --e, para tentar ultrapassá-la, a CNI criou um departamento de bioeconomia, como parte do Movimento Empresarial pela Inovação.

50 ANOS DE ATRASO

Mas aparecem na pesquisa todos os gargalos que atrapalham a atividade empresarial brasileira de forma geral.

O mais citado no estudo foi a falta de sinergia entre iniciativa privada, governo e academia, seguida por problemas regulatórios, que atrasam e dificultam o registro e o uso das novas tecnologias (veja quadro acima).

Para mais da metade dos entrevistados, porém, o maior entrave ao desenvolvimento da bioeconomia é uma soma de todas as oito alternativas apresentadas, incluindo infraestrutura precária, poucos profissionais qualificados e falta de investimentos.

Nesse quesito, 62% das empresas e instituições não tinham orçamento para a área nos próximos cinco anos (o resultado da pesquisa e as propostas da CNI podem ser vistos em is.gd/PNC5I0).

Para os especialistas, executivos e empresários entrevistados na pesquisa deve levar no mínimo 12 anos para que o Brasil se torne uma potência nessa área. Foi o estimativa mais frequente (40%) entre os 369 ouvidos.

E pode ainda estar otimista demais. Sim, o Brasil já tem a dianteira em segmentos como melhoramento de animais e plantas e centros de excelência em pesquisa em São Paulo, Rio e Minas.

Mas pode estar até 50 anos atrasado na corrida da bioeconomia de ponta, na opinião de quem já atua na área.


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