Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

A arte do retorno

Gestor deve marcar dia e hora para falar sobre desempenho de funcionário

DE SÃO PAULO

Profissionais mais jovens, identificados na chamada geração Y (dos nascidos entre 1980 e 2000) costumam demandar mais retorno a respeito do seu trabalho. E as empresas precisam abrir canais para isso.

A consultora de carreiras Simoni Missel, que estuda o fenômeno há 15 anos e escreveu o livro "Feedback Corporativo' (Saraiva, 2012) diz que o desafio das corporações, no momento, é treinar os líderes a desenvolver uma via de "mão dupla". Ou seja, ouvir o funcionário e também estar pronta para receber críticas.

"O feedback corporativo é um fenômeno sem volta. Os gestores precisam aperfeiçoar as ferramentas de avaliação da equipe com metodologia adequada. Precisam dar e também receber esse retorno", afirma a autora.

De acordo com ela, o ideal é passar esses retornos de modo regular -não só fazer comentários aleatórios. Isso porque essa conversa pode ser confundida com um desabafo momentâneo, e isso é ruim para a relação.

"Muitos gestores pensam que dão retorno fazendo comentários, mas seus funcionários não recebem a orientação devida", afirma. "A seriedade e o impacto são maiores quando o retorno é dado formalmente com dia, hora marcada e planejamento."

Elaine Saad, vice-presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos) lembra que, independentemente de o retorno ser positivo ou negativo, o objetivo dessas sessões é ajudar no desenvolvimento profissional.

"O retorno tem que ser cuidadoso, ter contexto, manter o sigilo e a individualidade. A avaliação sempre tem que ter a intenção construtiva. Se não for para construir, a atitude do líder precisa ser revista", afirma a especialista.

Segundo as consultoras, é importante também que os gestores peçam que os funcionários façam comentários sobre seu próprio desempenho. A ideia é ter um canal transparente de comunicação.

Jornalista e, atualmente, gerente de Comunicação da Gol, Marcus de Barros, 54, diz que ainda se nutre da essência de repórter quando ouve a própria equipe.

Barros diz que colhe bons resultados com essa relação de confiança.

"Aprendi muito a ouvir como repórter. Uso a mesma técnica para obter informações da equipe, saber dos anseios, das demandas, dos limites e das características pessoais deles", conta. "Eu já até mudei de opinião ao ser questionado por eles."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página