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Pequim fecha acordos para tornar global a sua moeda

Brasil é parte de estratégia que tornou yuan a nona divisa mais negociada

Chineses aumentaram sua fatia na exportação global no 1º semestre, com ganhos em países como EUA e Argentina

ÁLVARO FAGUNDES EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"

A ascensão chinesa no comércio mundial também resultou em um avanço da sua moeda, o yuan, que se tornou mais globalizado, em estratégia de Pequim para reduzir a dependência do dólar.

O yuan é a nona moeda mais negociada no mercado de câmbio estrangeiro, com 2,2% transações, segundo o BIS (Banco de Compensações Internacionais, uma espécie de BC dos bancos centrais).

O valor é modesto, mas está em expansão. Em 2001, o yuan era a 35ª divisa mais negociada e, quatro anos atrás, avançou para o 17º posto, com 0,9% das transações --o real é hoje a 19ª, com 1,1%.

Esse avanço, ainda nos estágios iniciais, é explicado, sim, pela conquista da China de mercado no externo, mas também como parte de uma decisão do regime.

Uma das consequências da crise global iniciada em 2008 é que os países emergentes (Brasil, entre eles) ganharam voz e partiram para uma ofensiva contra o dólar.

A preocupação não era muito diferente da de hoje: no fim de 2008, os EUA lançaram medidas de estímulo monetário que aumentaram a turbulência nas divisas dos países em desenvolvimento.

A primeira iniciativa de Pequim, ainda em 2009, foi incentivar que o dólar fosse substituído por uma moeda internacional, que seria gerenciada pelo FMI.

COMÉRCIO FACILITADO

O discurso nunca virou realidade, e Pequim partiu para a ofensiva. Nos últimos anos, fez uma série de acordos de troca de moedas locais. Foi assim com o Brasil, fechado em março (linha de R$ 60 bilhões), e com países tão diversos como Reino Unido e Emirados Árabes.

No mês passado, uma linha de até € 45 bilhões foi aberta com o BCE (banco central dos 17 países da zona do euro), que permite a troca de uma moeda pela outra por uma taxa determinada.

Ou seja, facilita que as negociações sejam feitas em yuan ou em euro, sem que a transação tenha de ser convertida em dólar, tornando mais simples o comércio exterior e o investimento.

A zona do euro foi um dos raros mercados em que a China perdeu espaço neste ano. A fatia chinesa das importações do bloco foi de 11,4% de janeiro a julho, 0,4 ponto percentual menos que no mesmo período do ano passado.

Segundo dados preliminares da OMC, a China foi responsável por 12,8% das exportações globais no primeiro semestre de 2013, participação recorde para o período --um ano antes, havia sido de 11,7%. No Brasil, nos EUA e na Argentina, por exemplo, os chineses aumentaram sua presença.

CONTRAPARTIDA

A internacionalização do yuan é um ganho de status para a China, mas vai exigir, entre outras medidas, maior transparência no regime de câmbio, que, segundo seus críticos, é manipulado para que a moeda não se valorize demais e tire competitividade do país no exterior.


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