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Parentes se unem para investir e acumular pontos de franquia
Estratégia ajuda a trazer pessoas de confiança para novas lojas
O primeiro da família Caires a entrar na rede Divino Fogão foi Eduardo, 45. Formado em engenharia, ele decidiu abrir o próprio negócio em 2002.
Quatro anos depois, abriu a segunda unidade, operada por sua mulher Edna.
O crescimento dos negócios do casal chamou a atenção de sobrinhos, que aos poucos também foram entrando na franquia, cada um com um novo restaurante.
Agora, quatro sobrinhos, com seus cônjuges, têm dois restaurantes cada.
Ao todo, são dez pontos, divididos entre São Paulo, Alagoas, Natal, Rio Grande do Norte e Paraná.
Eduardo conta que é sócio de todos os sobrinhos, pois investiu junto com cada um deles. Ele afirma que, por ter mais anos de experiência, costuma acompanhar o desempenho deles.
"Como eu tenho participação na sociedade, costumo ir nas lojas e tentamos nos falar sempre para trocarmos ideias sobre o negócio."
Segundo André Friedheim, sócio da consultoria Francap, trazer parentes para a franquia é uma forma de garantir que as novas unidades sejam administradas por pessoas de confiança.
"As franquias de sucesso são as que têm o gestor à frente da operação. Quando o dono não consegue tocar uma segunda loja, acaba trazendo parentes."
Para Batista Gigliotti, professor da Fundação Getulio Vargas, a opção permite crescimento da família em conjunto. "Funciona como um clube de investimentos. Todos buscam sinergias e usufruem juntos dos resultados."
As redes de franquias também tornam o processo de sucessão nos negócios mais simples. Em vez de se discutir como repartir a empresa entre herdeiros, essas redes estão sempre incorporando novas pessoas, diz Gigliotti.
Ele alerta, no entanto, para o risco de problemas na família, caso a prestação de contas entre os parentes não seja boa, com reuniões periódicas para avaliar os resultados.
