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Uma cidade que terá pessoas mais velhas

Quantidade de pessoas com mais de 60 anos aumentou 38% de 2000 a 2010; idosos podem ser um terço em 2050

SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO

Dentre tantas dúvidas sobre como São Paulo estará ao completar 500 anos, uma coisa é certa: a cidade estará mais velha. Bem mais velha.

Dados tabulados pela Folha mostram que a população paulistana cresceu 7% entre os dois Censos do IBGE, de 2000 a 2010, mas a quantidade de pessoas com mais de 60 anos na cidade aumentou 38% no mesmo período.

Hoje, cerca de 12% de quem vive nesta selva de pedra passou dos 60 anos (a média nacional é 11%). Segundo projeção do Seade desta semana, esse número pode chegar a 20% em São Paulo em 2030.

Em 2050, a quantidade de idosos pode beirar um terço da população paulistana.

"Esses idosos terão mais autonomia e vão morar sozinhos. É preciso prever isso", diz Elizabeth Mercadante, cientista social e coordenadora da pós-graduação em gerontologia da PUC-SP.

Não há, hoje, grandes planejamentos para os idosos do futuro. O plano diretor que começará a ser debatido pelos vereadores em fevereiro prevê, por exemplo, estimular calçadas amigáveis em São Paulo, o que vai beneficiar os idosos. Mas para aí.

E o número de pessoas com mais de 60 anos vivendo na capital poderia ser maior se parte deles não migrasse para o interior ou a praia.

"Existe uma ideia de que velhinho tem de ficar em áreas bucólicas, regiões verdes", explica Mercadante.

"Idoso tem de ficar em áreas com bons serviços, e São Paulo é ideal para isso."

Delson Lopes, 75, vice-presidente da Associação dos Amigos de Alto de Pinheiros concorda. Ele vive no bairro porque é central, diz, perto de espaços culturais como a USP e o Sesc Pinheiros.

Por essas e por outras, Alto de Pinheiros é o bairro com mais idosos em São Paulo: 23% de quem mora lá tem mais de 60 anos, quase o dobro da média da cidade.

O problema, lembra Mercadante, é que nem tudo na cidade é amigável aos idosos.

"Não adianta ter ônibus livre para idosos se eles mal conseguem subir no veículo por falta de acessibilidade. O governo precisar olhar isso."

Apesar de envelhecer na cidade ter suas vantagens, os efeitos da vida na megalópole cinza e agitada pode atrapalhar a melhor idade.

Fernando Antonio Cardoso Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), lembra que é preciso ter contato com a natureza --nem que seja em praças.

"O idoso tende a ficar mais sociável e menos vulnerável a doenças", explica.


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