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Mercado MPME

Cadeira gelada

Problemas com a rotina e busca pela 'próxima grande oportunidade' fazem empresários pular de negócio para negócio, bem-sucedidos ou não

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

O empreendedor Flávio Estevam, de Campo Grande (MS), conta ter criado mais de 30 negócios na internet.

Para montar essa coleção, ele segue uma estratégia bem definida: tem uma ideia, coloca no ar o mais rápido possível e espera para saber se clientes se interessam. Se der certo, vai atrás de sócios para tocar o negócio. Se não, o projeto é abandonado --o que é o mais comum.

De suas criações, o carro-chefe é um site chamado Namoro Fake, em que solteiros podem contratar mulheres para se passar por namoradas nas redes sociais. A empresa atua também em Portugal e nos Estados Unidos e quer entrar em mercados como a China e o Japão.

Ele também já teve site de compras coletivas, guia sobre filhotes, site para leilão na internet e outro para "compra de experiências".

Como ele, outros empresários se especializam em criar companhias em série: por preferirem ter uma empresa iniciante nas mãos ou por terem vendido ou quebrado a companhia anterior e não estarem dispostos a trabalhar como empregados.

O importante para esse tipo de empresário, que prefere começar o negócio a cuidar de seu dia a dia, é escolher bons sócios para administrar as empresas, diz Tales Andreassi, professor da FGV e colunista da Folha.

Também é importante ter indicadores confiáveis sobre os resultados da empresa e suas metas, para ter clareza sobre o melhor momento de abandonar o negócio.

Thiago Rondon, 30, foi pelo caminho da diversificação. Atualmente sócio da b-datum, que fornece serviços de backup para outras empresas, ele traz em seu currículo uma rede de venda de salgadinhos, um posto de gasolina e uma loja de cartuchos para impressora.

Todas as companhias foram criadas enquanto ele era dono de uma desenvolvedora de softwares chamada Aware. Os negócios eram lucrativos, mas foram vendidos depois que o mercado se tornou menos interessante (caso das impressoras) ou por serem de difícil administração. No final, todas as operações foram lucrativas, diz.

"Comprei um ponto para vender salgadinhos no Grajaú [zona sul de São Paulo] e terminei com quatro unidades. Era muito rentável, mas precisava muito de mim e dava muita dor de cabeça."

SÓ CRIAR É POUCO

Para Marcílio Riegert, presidente da aceleradora de negócios Start You Up, a criação de empresas para serem vendidas em pouco tempo pode ser mal compreendida pelo mercado, incluindo potenciais investidores.

"O investidor vai analisar com olhos meio diferentes. Vai saber logo de cara que daqui a algum tempo o empreendedor vai sumir."

Além disso, não basta uma ideia ser inovadora para ter um bom valor no momento da venda, diz.

Como exemplo, cita o caso do WhatsApp, vendido ao Facebook neste ano em uma transação bilionária. "Se eles não tivessem testado o mercado e atingido milhões de usuários, a empresa não teria este valor."


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