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Desmanches tentam melhorar imagem

Lei que começa a vigorar em junho obriga empresas do setor a se cadastrar no Detran e rastrear peças vendidas

Companhias esperam que legislação ajude a atrair clientes que têm receio de fazer compras nesses locais

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Uma lei que entrará em vigor em junho deste ano para tentar diminuir a criminalidade no Estado de São Paulo tem sido vista pelo setor de desmanches de veículos como uma oportunidade de melhorar a imagem e aumentar a clientela.

Sancionada em janeiro deste ano pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), a chamada Lei dos Desmanches prevê um maior controle sobre os negócios do setor.

Entre as novas exigências estão o cadastramento dessas empresas no Detran para poder participar de leilões de veículos usados, manter registros sobre a origem das peças que estão sendo vendidas e ter licenças ambientais. A principal meta é impedir a venda de peças roubadas.

Segundo Eduardo Santos, diretor-executivo da Adera (Associação Brasileira de Desmontagem e Reciclagem Automotiva), as novas exigências deverão levar a uma profissionalização do setor. Segundo estimativas da associação, há 6.800 estabelecimentos desse tipo no Estado de São Paulo.

"Existem desmanches pouco idôneos, mas não dá para dizer que todos os roubos de carro são culpa dessas empresas. É um setor viável, que pode beneficiar a sociedade", afirma Santos.

Vitor Siman, 26, é sócio do Desmanche do Mineiro, criado há 31 anos por seu pai. Ele diz acreditar que a mudança deve fazer a clientela aumentar --a ideia é mostrar credibilidade ao cliente que hoje não compra peças usadas.

"Acho que desmanche de carro ilegal nunca vai acabar. Mas essa modificação vai ajudar a mostrar quem quer trabalhar de modo correto. Se eu estou cadastrado, com uma placa mostrando que meu desmanche trabalha certo, muita gente de boa índole vai querer comprar aqui."

Segundo Siman, a primeira ação que a empresa está realizando para se adequar a legislação é melhorar a organização das peças, tornando mais eficiente a separação e catalogação das que podem ser vendidas.

Ele diz que deverá ter custos com a informatização do negócio, mas que este deve ser compensado com o aumento de vendas.

CONCORRÊNCIA JUSTA

Geraldo Rufino, 55, sócio da empresa especializada na desmontagem de caminhões JR Diesel, aberta em 1985, diz que a mudança da imagem do setor deve levar a uma maior concorrência, o que considera positivo.

"Mais gente vindo para competir fortaleceria o nosso segmento e não nos faria diferença, porque já atendemos 3% deste mercado, que é o máximo que podemos com a estrutura e a oferta de peças usadas que temos."

A empresa, que faturou cerca de R$ 50 milhões em 2013, investiu R$ 1,2 milhão para aprimorar seu sistema de rastreabilidade e fornecer informações sobre a origem das peças.


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