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Grupo usa restos de carros para produzir itens de moda e arte

Projeto foi criado por empresas que estão em incubadora da USP

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

A artista plástica Eli Tosta, 44, uniu-se a quatro novas empresas incubadas no Cietec (incubadora de negócios ligada à USP) para transformar restos de carros em itens de moda e obras de arte.

Entre os primeiros produtos em desenvolvimento pelo projeto, chamado Águas Claras, estão bolsas de airbag ou cintos de segurança (esses últimos também devem dar origens a chapéus).

Na imaginação da artista também estão móveis feitos com tanques de gasolina e luminárias usando faróis.

Há 18 anos, Tosta é responsável pela empresa Ateliê Brasil, que se especializou em capacitar comunidades de artesãos a criar peças com maior valor usando recursos naturais. Comprando itens desses grupos, criou uma série de projetos artísticos, de marketing e brindes para grandes empresas.

Ela conta que começou a se interessar por trabalhar com lixo em 2011, depois de uma crise causada pelo cancelamento de um contrato com uma grande empresa.

Inicialmente, sua ideia era trabalhar com resíduos de processos químicos, como de uma resina com mau cheiro gerada na produção do biodiesel. Para estar próxima de especialistas em química e engenheiros que pudessem ajudá-la na empreitada, submeteu seu projeto para seleção do Cietec naquele ano.

O início não foi fácil. "Quando entrei na incubadora, tive de quebrar alguns preconceitos, por ser uma artista dizendo que iria fazer coisas bonitas com lixo", conta.

Tosta afirma que, após montar seu showroom na incubadora, percebeu que as empresas do setor ambiental eram as que menos interagiam entre si. Por isso, começou a organizar reuniões para trocar experiências.

Agora, o grupo prepara um espaço dentro da incubadora para servir de oficina para os produtos desenvolvidos na iniciativa.

As outras companhias participam do projeto oferecendo suporte técnico e contatos no setor ambiental. É o caso da Rede Resíduos, especializada em unir geradores de lixo e recicladores, e da consultoria Escolha Verde, que trabalha com descarte de itens da indústria têxtil.

Para dar suporte tecnológico, uniram se ao grupo as companhias Brasil Ozônio, que será responsável pela esterilização dos resíduos, e a Rochman, que atua com reciclagem de solventes industriais --seu papel será colaborar com a destinação correta dos produtos químicos usados nas peças. Ainda não há estimativa de preço dos produtos.


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