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Açougues mudam para fazer cliente gastar

Estabelecimentos adotam formato de 'butique' e vendem produtos como vinho para aumentar valor das compras

Objetivo das empresas é elevar a margem de lucro; cliente gasta em média R$ 340 cada vez que vai a loja em SP

ISABEL KOPSCHITZ DE SÃO PAULO

Os açougues "gourmet" de São Paulo estão investindo na identidade visual de suas lojas para se distanciar do aspecto rústico dos negócios tradicionais. A estratégia dessas butiques de carne é ampliar a gama de produtos comercializados e a oferta de serviços agregados.

Segundo a consultora do Sebrae-SP Karyna Muniz, o objetivo das lojas é aumentar o tíquete médio (gasto estimado de cada cliente por compra) e a margem de lucro.

"O caminho para essas empresas é investir nos serviços agregados à venda de carnes, que são também diferenciais competitivos", explica.

O fortalecimento desse mercado ocorre em paralelo à alta de 10% no consumo de carne bovina no país entre 2010 e 2014, segundo a consultoria Agroconsult. Neste ano, estima-se que cada brasileiro consuma 42 quilos.

Recém-aberto no Itaim Bibi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, o Feed tem móveis e painéis coloridos, prateleiras feitas sob medida, além de sofás e pufes.

A casa, que trabalha com margem de lucro de 30%, vende as carnes que produz no Centro-Oeste do país e tem cerca de 1.200 clientes ao mês. Cada um gasta em média R$ 340 por compra.

Além dos cortes bovinos, o açougue criado há cinco meses oferta 45 tipos de porções, como bife a rolê, hambúrgueres e ossobuco.

A empresa também oferece cursos de gastronomia, livros de receita em redes sociais, entrega em casa e espaço para clientes cozinharem e receberem amigos.

Segundo o sócio-fundador Pedro Merola, 35, a expectativa é de que o investimento de R$ 5 milhões dê retorno em um prazo de quatro anos.

Outra empresa da área que está investindo nesse nicho é o Empório no Ponto, aberto há dois anos. Inspirada em açougues da Califórnia, a marca investiu R$ 500 mil para reformar a loja, que fica no bairro de Moema, na zona sul, e também mudou a identidade visual.

O investimento inclui a expansão do açougue, com a abertura de uma nova loja, no bairro de Alphaville, em Barueri (SP), a um custo de cerca de R$ 520 mil.

A companhia também está criando uma plataforma de e-commerce, que será lançada daqui a três meses.

"Ampliamos nossa gama de produtos e agora oferecemos cervejas, vinhos, molhos e massas. É uma necessidade de mercado. O brasileiro classe A também tem a cultura do churrasco, mas quer açougues diferenciados", afirma a sócia-proprietária Natália Regina, 26.

Cada um de seus 2.000 clientes gasta cerca de R$ 200 em cada compra.

Mais tradicional, o Empório Marcos Bassi, que funciona no mesmo espaço do restaurante homônimo, na Bela Vista, ampliará seu serviço de e-commerce em agosto.

A plataforma receberá pedidos de entrega de carnes, além das vendas que já faz, de DVDs e livros de gastronomia do fundador.

Segundo Mauricio Nogueira, da Agroconsult, o mercado de carne gourmet tende a crescer. Ele aponta a melhora da qualidade do gado nacional, o aumento da produção e da demanda como os fatores responsáveis.

"Esses açougues ensinam o público a consumir e a preparar diferentes cortes de carne, o que é positivo para toda a cadeia produtiva."


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