Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Especial

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Tragédia na eleição

Jato cai sobre casas em Santos; todos os 7 ocupantes morrem

Queda do avião que levava Campos e quatro assessores ocorreu após tentativa de pouso seguida de arremetida

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA DE RECIFE DOS ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS (SP)

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, seguia para um compromisso de campanha em Santos, no litoral paulista, quando o jato em que ele e outras seis pessoas estavam caiu, por volta das 10h desta quarta-feira (13), sobre uma área residencial no bairro do Boqueirão, próximo ao canal 3.

Nenhum ocupante da aeronave sobreviveu. No local, ao menos seis pessoas ficaram levemente feridas.

Além de Campos, 49, morreram no acidente Pedrinho Valadares, 48 (ex-deputado e assessor do candidato), Carlos Percol, 36 (assessor de imprensa), Alexandre Severo, 36 (fotógrafo), Marcelo Lyra, 36 (cinegrafista), Marcos Martins, 42 (piloto) e Geraldo Cunha, 45 (também piloto).

As causas da queda não haviam sido confirmadas até a conclusão desta edição.

À noite, foi localizado um gravador de voz que registra o que foi falado na cabine do avião, além de diálogos entre o piloto e a torre de controle. O material será encaminhado para análise técnica.

O avião Cessna 560 XL decolou às 9h21 do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, que fica em Guarujá, município vizinho.

Segundo a Aeronáutica, o jato arremeteu devido ao mau tempo quando se preparava para o pouso.

Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave --que não tinha problemas com a documentação.

Testemunhas do acidente afirmaram ter visto fogo no jatinho antes da queda.

"Vi uma bola de fogo cair", disse o aposentado Rosário Masullo, 54, que mora no prédio vizinho ao que foi atingido e estava indo à feira.

O também aposentado Davi Gomes, 92, e seu filho, o engenheiro Manuel Gomes da Silva, 63, que estavam num carro na mesma rua, relatam ter sentido uma forte vibração e ouvido um estrondo. "Olhamos para trás e vimos o fogo", disse Manuel.

Destroços do avião se espalharam pela vizinhança, algumas casas tiveram de ser esvaziadas pela Defesa Civil e as ruas, bloqueadas.

O teto de uma academia de ginástica desabou. Larissa Pires Corrêa Andrade, 34, e a filha Gabriela, de um ano e nove meses, faziam uma aula de natação quando a estrutura metálica da cobertura ruiu. "Ouvi um barulho que parecia um míssil. De repente, uma explosão", disse ela. "Protegi minha filha, que estava sangrando, e saí da piscina com a professora que também sangrava. Do lado de fora, as pessoas gritavam." A menina levou seis pontos no braço direito e ficou em observação no hospital.

O estivador Donizete Maguila Júnior, 37, que retornava do trabalho no porto de Santos para casa, disse ter socorrido os primeiros feridos. "Foi um barulho muito forte. Depois eu escutei gritos e, como eu tenho treinamento de resgate, corri para ajudar".

Segundo ele, ao se aproximar, viu pedaços de corpos dilacerados e sentiu um cheiro forte de querosene. "Eu vi o corpo de Eduardo Campos. Vi os olhos claros dele e cheguei a limpar seu rosto."

Será necessário fazer exame de DNA para a identificação de algumas vítimas --os restos mortais foram encaminhados ao IML de São Paulo.

Campos será enterrado no cemitério de Santo Amaro, no centro do Recife. A data e o horário do sepultamento não foram divulgados.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página