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Janio de Freitas

De erro em erro

Dilma recebe de volta parte da perda de apoiadores sofrida quando das mani-festações de junho de 2013

Ao fim da eleição presidencial, será possível concluir que seu resultado, seja qual for, mesmo no caso do vitorioso foi feito mais por erros do que por acertos.

A subida dos índices que sugerem a vitória de Dilma, por exemplo, não se faz com números próprios da campanha. Dilma recebe de volta parte da perda de apoiadores sofrida quando das manifestações de junho do ano passado. Os seus mais de 60% de apoio ruíram então à metade. A ideia consagrada é de que foi obra direta das manifestações. Mas a queda foi efeito de um erro gravíssimo de percepção política e de tática de governo.

As frustrações da esquerda, da direita e da alienação tinham a modéstia das causas municipais e estaduais. A começar do berro originário, voltado para o prefeito paulistano e as passagens de ônibus. O improviso das faixas e das palavras recitadas nem tinha consciência dos seus destinatários, na ignorância generalizada da configuração administrativa brasileira. O que inclui até a imprensa, na qual educação fundamental e saúde são sempre atiradas na conta federal, quando sua responsabilidade é dos governos municipais e estaduais. O mesmo com transporte, com a maior parte da rede de estradas, e com a segurança pública.

O que sobrava de insatisfação ia para os partidos e para políticos em geral. Sabe-se lá por quê, Dilma chamou para seus ombros o que ninguém depositava neles. Se era assim, não merecia o apoio até então recebido. Tomaram-lhe a maior parte, com toda a razão. Erros políticos devem ser pagos.

Foi com o restante que Dilma entrou na campanha. E todo o seu esforço de candidata dirige-se aos apoios perdidos, que compõem o único eleitorado capaz de oferecer-lhe adesões. Sua lenta e penosa busca da vitória é a luta contra um erro.

A campanha de Marina Silva, no final volta ao começo. Atira-se, às pressas, em campanha pró-Alckmin, que não precisa disso, e talvez nem aprove. Mas Marina precisa, e aprovou, para fazer campanha como aparente aliada do tranquilo favorito em São Paulo. Para fazer agora, portanto, aquilo mesmo que Eduardo Campos coordenou com Alckmin, lá no começo. E Marina recusou, negando-se a qualquer aproximação com o governador paulista.

As aflições atuais de Marina vêm, em boa parte, do erro de tal recusa a priori, como se repelisse um desmoralizado. E, daqui para a frente, o possível insucesso terá a marca daquela recusa. E todo êxito seu na campanha terá, provavelmente, a marca da correção de um erro inexplicável.

Aécio Neves corre atrás de um erro seu e de outro do PSDB. O primeiro, já observado aqui, foi o de relaxar a campanha quando esmagado pela elevação imediata de Marina. O segundo, pode-se sintetizá-lo todo em uma situação vista no mais recente debate: não só o candidato do PSDB paulista ao Senado, José Serra, ausentou-se sem dar o apoio ao candidato presidencial do partido, como até o vice adotado por Aécio, Aloysio Nunes Ferreira, saiu antes de começar o debate.

O PSDB é o partido do individualismo mais egoísta, isto se sabe: os maiores adversários de cada peessedebista são os outros peessedebistas. Mas, desde que Alckmin disputou a Presidência, Aécio deixou um motivo a mais para não contar com a disposição real do governador em dar-lhe forças paulistas.


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