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Propaganda foi usada para difundir mentiras

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA ESPECIAL PARA A FOLHA

O sistema de propaganda eleitoral gratuito é uma instituição benéfica para o país. O critério de alocação do tempo dos candidatos de acordo com a representação no Congresso dos partidos que o apoiam é legítimo.

Mas, para de fato contribuir para aprimorar a qualidade da democracia, ele deveria apresentar propostas de governo e projetos para a nação e promover o debate entre os líderes que pleiteiam cargos públicos.

Não foi o que ocorreu nesta campanha. O horário eleitoral foi usado majoritariamente para difundir mentiras, ataques pessoais, mistificações.

Propaganda política não é publicidade comercial. Neste ano, como em anteriores, os candidatos a usaram como se fosse.

Publicidade comercial pode ser efetiva porque vende produtos ou serviços a consumidores, que se decidem por eles sem que para isso precisem apelar para suas convicções íntimas mais profundas e arraigadas.

Quando escolhem uma pessoa para representá-los, ao contrário, os cidadãos decidem com base no núcleo de suas crenças.

Por isso, técnicas de publicidade comercial aplicadas à política nunca são tão eficientes. Por mais que as aparências sugiram o oposto. Mesmo na publicidade comercial, quando o nível de agressividade extrapola, o resultado pode ser o oposto ao pretendido. Nem o consumidor deve ser subestimado. Que dirá o cidadão.

É de lastimar que o horário eleitoral não cumpra seus propósitos nobres. Na mais arraigada e pior tradição brasileira, já há quem queira criar leis para tentar remediar a situação e impor formatos.

Não é isso que vai resolver o problema. Acabar com leis, sim, poderia ajudar. Como a que obriga a presença em debates de candidatos inexpressivos e exóticos que prejudicam a discussão entre quem tem representatividade real.

A solução para minimizar a baixaria da propaganda enganosa poderia vir do bom jornalismo, que esclareça o público com fatos comprovados sobre as imprecisões, ilusões, omissões, inverdades proferidas por candidatos.

Em outros países, há organizações jornalísticas que já fazem isso com sucesso e com apoio de veículos de comunicação, que lhes dão espaço nobre.

Se, na sequência das falsidades proferidas pelos anúncios, os eleitores recebessem informações factuais que as desmentissem, a maioria dos seus estragos seria evitada.


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