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Eleições 2014

Contadora aponta ligação entre ex-ministro e doleiro

Negromonte, ex-ministro das Cidades, sugeriu negócios a Youssef, diz Meire Poza

Renan manteve contato, afirma ex-funcionária do doleiro; presidente do Senado e ex-ministro negam as acusações

AGUIRRE TALENTO MARIANA HAUBERT DE BRASÍLIA

Meire Poza, ex-contadora de Alberto Youssef, acusou o ex-ministro Mário Negromonte (Cidades) de ter sugerido negócios ao doleiro, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que investiga esquema de desvios de recursos na Petrobras.

No depoimento à Comissão Mista de Inquérito que investiga as denúncias de corrupção na estatal, Poza também disse que o presidente do Senado, Renan Calheiros, manteve contatos com o doleiro e que ela teria buscado dinheiro para que Enivaldo Quadrado, condenado no processo do mensalão, pagasse a multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal.

Procurados pela reportagem, os citados no depoimento negaram as acusações.

Negromonte, que também foi deputado federal e atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, tem um irmão, Adarico, que trabalhou numa das empresas de Youssef.

Segundo Poza, o ex-ministro indicou uma empresa de monitoramento de veículos para que Youssef a comprasse. Ela não soube precisar quando a sugestão foi feita.

A contadora disse que a empresa foi indicada porque o Denatran, órgão ligado ao Ministério das Cidades, iria definir uma norma para que carros saíssem já com dispositivo para monitoramento.

"Só existiam cinco empresas homologadas para prestar esse serviço. E essa empresa que foi indicada em Goiânia era uma dessas", disse.

Por telefone, Negromonte negou a indicação. "É mentira, não estive com esse pessoal. Todos os assuntos foram tratados no âmbito do Ministério das Cidades com Denatran e Anfavea." O ex-ministro, porém, confirmou ter conhecido Youssef por ele ser amigo de José Janene, ex-líder do PP, morto em 2010.

No depoimento, a contadora disse ter tomado conhecimento de um encontro entre Calheiros e Youssef em março deste ano. Segundo ela, o doleiro iria captar R$ 25 milhões do Postalis, fundo de pensão dos Correios, para saldar dívidas de uma de suas empresas.

Poza afirmou que Youssef fez acordo com indicados do PT e do PMDB, que segundo ela controlam o fundo de pensão, para viabilizar a captação, mas teve que acertar com Calheiros "a ponta do PMDB".

Em nota, o presidente do Senado negou o encontro e disse não conhecer o doleiro.

No caso de Quadrado, para quem Poza trabalhava antes de conhecer Youssef, ela disse ter recebido um pedido para pegar neste ano, por três meses, R$ 15 mil destinados ao pagamento da multa imposta pelos ministros do STF.

"O senhor Enivaldo Quadrado me pediu para receber R$ 15 mil, que era um valor que ele recebia de um jornalista chamado Breno Altman [...] Ele [Enivaldo] dizia que era o PT pagando a multa dele no mensalão", disse.

Procurado, Altman, que é filiado ao PT, afirmou que Quadrado foi duas vezes à sua casa acompanhado de Poza porque queria obter assessoria contábil. Mas disse que as declarações sobre o pagamento da multa são "fantasiosas".


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