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Eleições 2014

Marina exige que Aécio mude programa

Candidata do PSB diz que só apoiará tucano se ele desistir da proposta de reduzir maioridade penal; Aécio não aceita condição

Tucano diz que há mais convergências que divergências entre ele e Marina, mas apoia a redução da maioridade

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO DO RIO

Quatro dias após a eleição e depois de muitas consultas internas, Marina Silva anunciou nesta quinta-feira (9) que o apoio a Aécio Neves (PSDB) dependerá da resposta pública que o tucano vai dar à série de sugestões definidas por ela e seu grupo.

Em suma, a ex-candidata --terceira colocada com 21,3% dos votos válidos-- condicionará sua adesão ao tucano à sinalização clara de apoio a teses historicamente defendidas pela esquerda.

Carta divulgada por seus aliados traz declaração de Marina de que a posição pública de Aécio sobre esses temas será "fundamental" em sua "manifestação individual" sobre o segundo turno.

Entre outros pontos, a ex-senadora e seu grupo querem que Aécio abandone uma de suas principais bandeiras de campanha: a redução da maioridade penal (hoje de 18 anos) para crimes hediondos.

"Não quero derrotar Dilma e o PT para colocar a mesma coisa no lugar", disse Marina a interlocutores. Seu coordenador de campanha, Walter Feldman, reforçou: "A Marina quer ter um papel de protagonismo neste segundo turno, mas espera que o Aécio avance na direção de uma postura de nova política".

Em reunião das siglas que apoiaram Marina, em Brasília, coube a Pedro Ivo, um de seus aliados mais próximos, listar as exigências: "Há uma ausência de políticas sociais claras no programa do candidato. É fundamental a revisão da proposta de maioridade penal, é fundamental o compromisso com a reforma agrária, em não haver retrocesso nos direitos trabalhistas, é fundamental que sejam desengavetadas as demarcações de terras indígenas, é fundamental uma política progressista em relação ao clima".

Segundo ele, também é importante o tucano avançar na sua proposta de fim de reeleição e se comprometer a, caso eleito, não se candidatar em 2018, mesmo que a regra ainda não tenha sido alterada pelo Congresso. Aécio defende o fim da reeleição, mas não estabelece prazo.

Aécio defende a redução da maioridade com o argumento de que essa é uma das medidas para combater a impunidade. Marina diz que a medida vai de encontro às bandeiras dos direitos humanos.

As exigências da ex-senadora chegaram nesta quinta às mãos de Aécio, que irá procurá-la para tentar um acordo. Os tucanos querem chegar a um consenso, mas sem ceder em todos os pontos.

No Rio, o tucano indicou nesta quinta que não abrirá mão da proposta de redução da maioridade penal para obter o apoio de Marina. Aécio disse que uma aliança no segundo turno deve ser feita com base no essencial: "O essencial hoje é a mudança".

Aécio voltou a defender a redução da maioridade penal para casos de crimes graves, após a avaliação do Ministério Público e da Justiça. Disse que a alteração atingiria só 1% das infrações cometidas por jovens de 16 a 18 anos.

O tucano disse ver mais convergências do que divergências entre seu plano e o de Marina. "Nosso programa tem muita inserção social, educação e sustentabilidade. Mas quando se busca um apoio no segundo turno não pode nos levar também a abdicar daquilo que acreditamos que seja essencial para o país. Vejo muito mais convergências entre o que tenho ouvido das propostas da candidata Marina do que divergências."

O PSB já decidiu apoiar Aécio, mas Marina e seu grupo político, a Rede, têm colocado entraves. Em nota, a Rede ressalta que nem Aécio nem Dilma Rousseff (PT) representam soluções satisfatórias para o país: "Nenhum dos caminhos aponta para uma saída política de profundidade".

O apoio do PSB ao tucano irá provocar uma reviravolta no seu comando. Alinhado ao PT, o ex-ministro Roberto Amaral deixará a presidência da sigla.


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