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Assim é se lhe parece

Folha fez mapa genético de 12 pré-vestibulandos de baixa renda

Marco Aurélio da Silva Cruz, 22

Porteiro, ganha R$ 730 e sempre estudou em escola pública no Jardim São Luiz, zona sul. Prestou vestibular para publicidade, mas não foi aprovado. Sonha entrar em uma universidade pública. "Precisa haver cotas. Na escola pública, a gente fica defasado, os professores faltam. O inglês é uma piada. A gente só fica no verbo 'to be'", afirma.

"Não sou branco nem preto. Me vejo amarelo"

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Júnior Ramalho Franco, 20

Desempregado, não faz ideia da carreira que vai escolher, mas, mesmo assim, procurou um cursinho gratuito para ir se preparando. Diz que se enquadra nos critérios para cotas raciais, mas prefere disputar uma vaga como egresso de escola pública. "A sociedade aceita melhor." Vive em Itaquaquecetuba com os pais e quatro irmãos.

"Acho que sou pardo"

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Gerson Lopes Carvalho Jr., 23

Passou no vestibular para administração, tinha uma bolsa de 50% da mensalidade, mas teve de parar porque precisou ajudar a família. Pai e mãe têm problemas de saúde. Ganha R$ 1.075 como auxiliar de faturamento, que vão para despesas de casa e locomoção. "Não dá para pagar a faculdade. Preciso de 100% de bolsa."

"Sou branco, branco"

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Elizbet Susan Montes Madariaga, 18

Nascida em Arequipa (Peru), veio ao Brasil há um ano com uma meta: estudar medicina na USP. Havia conseguido uma vaga numa universidade peruana, em engenharia química alimentar, mas desistiu. "Quero ser médica." Mora num quarto com a tia, no Horto, e divide o tempo entre bicos de costureira e cursinho pré-vestibular.

"Sou indígena"

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Célia Romeu da Silva, 21

Prestou vestibular para biologia em 2009, passou em uma faculdade particular, mas não teve condição financeira de estudar. Agora, faz cursinho gratuito para prestar administração. Auxiliar de departamento pessoal, ganha R$ 1.300. "É muito difícil disputar de igual para igual com alguém que veio de uma escola privada."

"Dizem que sou parda, mas eu sou muito preta"

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Milene Vieira da Costa, 17

Moradora de Guaianases (zona leste), sempre estudou em escola pública e espera que isso a beneficie no ingresso à faculdade de publicidade e propaganda na USP. "O ideal seria ter uma educação pública de qualidade e não precisar de cotas." Filha de pai carpinteiro e mãe autônoma, trabalha desde os 15 anos como aprendiz.

"Muito branca"

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Johnny Oliveira da Silva, 23

Faz cursinho on-line e vai prestar vestibular para serviço social, mas acha que terá dificuldades para se manter na faculdade. "Mesmo com 30% ou 50% de desconto, fica pesado." Ganha R$ 1.000 como educador social, mas ajuda a mãe, auxiliar de limpeza, nas despesas da casa. "Sem as cotas, não há como competirmos com peixe grande."

"Moreno de sol"

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Clarisse Mendes Antunes, 18

Pretende prestar vestibular para sistemas de informação, mas sabe que terá dificuldades. "Não consegui aprender matemática direito na escola pública." Diz que se sentiu arrasada quando fez o Enem. "Sempre fui uma boa aluna, mas só acertei 72 de 180 questões." Pretende utilizar as cotas para o ingresso na universidade.

"Negra, sem dúvida"

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Juciê Rafael de Assis Candido, 26

Quando se alistou no Exército, diz ter levado uma bronca do instrutor por ter se auto-declarado negro. "Você é pardo. Está colocando negro por quê?", ouviu. Técnico no aeroporto de Congonhas, ganha R$ 1.500 e tem uma filha de dois anos. Faz cursinho para prestar engenharia civil numa universidade pública. "Com cotas, quem sabe dá?"

"Moreno queimado de sol"

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Luan Perosa Chitto, 21

Ano passado, tentou vestibular para engenharia civil, mas não foi aprovado. Em 2013, tentará ciências da computação. Ajudante de eletricista em Itaquera, ganha R$ 800 mensais. O pai é açougueiro e a mãe está desempregada. A renda familiar não passa de R$ 2.000 mensais. Defende as cotas raciais. "Pobre preto sofre mais preconceito."

"Branco, sem dúvida"

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Marcelo Silva Andrade, 18

Mora em Parada de Taipas e trabalha como empacotador em um supermercado na Lapa. Leva duas horas e usa dois ônibus para chegar ao trabalho. Sonha em cursar relações internacionais, mas diz não ter condições de pagar a faculdade. Ganha R$ 450 mensais. "Cota, bolsa integral, só mesmo com ajuda para ser alguém."

"Acho que sou branco"

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Karine Akimi Kawasaki, 17

Estudou o ensino fundamental em escola particular, e o médio, em uma escola técnica estadual. "Foi por opção." Filha de um comerciante e de uma administradora, prestou vestibular para biomedicina na Unicamp, mas não passou. Espera se beneficiar com as cotas nas universidades estaduais. "Era contra, agora acho importante."

"Meio branca, meio amarela"


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