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Cota de opinião

Estudantes e acadêmicos respondem se são a favor ou contra a adoção de cotas no vestibular de universidades públicas

"No curto prazo, sou a favor. Porém não adianta embutir a cota se a pessoa não tem conhecimento para fazer uma faculdade. Sou a favor das cotas raciais porque a maioria das pessoas de escolas públicas são negros e pardos. A curto prazo é bom, mas não melhora o ensino"

GUILHERME MONTONI, 20 ANOS,
vestibulando de estatística, formado em escola particular

"Sou a favor do sistema de cotas, mas tenho ressalvas. Sair da escola pública sem uma base é ruim. Não adianta apenas o estudante entrar na faculdade, ele precisa permanecer. Quanto às cotas para negros e indígenas, é mais difícil. Do ponto de vista socioeconômico, sou a favor"

CAIO GIMENES ALVES, 18 ANOS,
vestibulando de educação física, formado em escola particular

"As cotas são válidas. A população negra, estatisticamente, tem menos acesso à educação de qualidade. Não é incapacidade. As cotas devem ser medidas paliativas e temporárias"

JOÃO ERICK FERREIRA DE ARAÚJO, 19 ANOS,
vestibulando de farmácia, formado em escola pública

"Provavelmente foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos 20 anos no Brasil. Sou a favor das cotas por princípio, porque existe uma cota implícita na sociedade brasileira destinada a quem tem pele branca e nasce com dinheiro. Mas o sistema deve ter data para ser gradativamente substituído por outras medidas"

MUNIZ SODRÉ,
professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ

"Sou favorável às cotas. Mas, em primeiro lugar, sou favorável a uma educação básica de qualidade. O sistema de cotas é um jeitinho que a gente está dando para mudar a cor da elite brasileira enquanto não se faz uma escola de igual qualidade para pobres e ricos"

CRISTOVAM BUARQUE,
senador e ex-ministro da Educação

"O sistema de cotas é uma fundamental ação de combate à desigualdade de uma sociedade. Mas temos que pensar o sistema com período finito. Tem que acabar porque tem caráter emergencial, mas tem que ser acompanhado de ações como a melhoria da escola básica"

CÂNDIDO GRZYBOWSKI,
diretor do Ibase

"Sou a favor, mas não com esse número tão grande de vagas para cotas. Conheço pessoas de escolas públicas com conhecimento muito bom, do mesmo nível de quem é da rede particular. No caso de cotas para negros, pardos e indígenas, sou contra. Dizer que essas pessoas são menos capazes é ignorância"

VINÍCIUS CHAIM, 17 ANOS,
vestibulando de engenharia mecânica, formado em escola particular

"Sou a favor porque dá mais chance aos alunos de escola pública, mas contra porque é uma forma de o governo não resolver a situação da formação na escola pública. No caso das cotas raciais, sou contra porque ninguém tem que chegar à universidade por ser negro ou indígena. A pessoa deve até se sentir mal"

AMANDA FERRAZ DE BRITO, 17 ANOS,
vestibulanda de medicina, formada em escola pública

"Concordo em ter cotas, mas 50% é muito. Desmerece e tira a chance de quem tenha estudado muito e se formado em escola particular. A porcentagem racial também promove o racismo"

BEATRIZ HIDA, 17 ANOS,
vestibulanda de engenharia de produção, formada em escola particular

"Acho que não deveria existir esse tipo de cota. Mas, como teremos, acho que não precisava ser uma porcentagem tão grande de cotistas aprovados"

JENIFFER KIM, 18 ANOS,
vestibulanda de ciências biológicas, formada em escola particular

"A cota não é uma forma de democratizar o ensino. O pessoal vai entrar na faculdade com uma defasagem. Sou contra as cotas raciais porque não acredito que dessa forma a dívida que a sociedade acha que tem com os negros e indígenas será paga"

SÍLVIO LUIZ CESÁRIO FILHO, 18 ANOS,
vestibulando de direito, formado em escola pública

"O sistema de cotas viola princípios básicos da Constituição, como o de que todos são iguais perante a lei. Trata-se de uma tentativa de remediar, mas reforça a concepção de raça. O abandono do princípio do mérito é ruim"

JOSÉ GOLDEMBERG,
pesquisador e ex-reitor da USP

"Se o objetivo do sistema de cotas é combater o racismo, ele estabelece um paradoxo porque a única forma de combatê-lo é eliminar o conceito de raças. As cotas raciais como estão definidas pela lei dividem os cidadãos e podem produzir algo incontrolável"

YVONNE MAGGIE,
professora titular do departamento de Antropologia Cultural da UFRJ


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