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Após hiato de 35 anos, italianos querem recuperar o pontificado

Maioria na administração do Vaticano, cardeais do país europeu têm poder para influir na sucessão

Parece haver entre eles, porém, divergência de fundo pessoal entre dois dos "papabili" mais em evidência

EM MILÃO

A avaliação mais comum entre os vaticanistas ouvidos pela Folha é a de que os cardeais italianos querem recuperar o papado, que não exercem já faz 35 anos, depois de séculos de ocupação do chamado Trono de Pedro.

Como se sabe, o papa atual é alemão. Assumiu em 2005, depois de 27 anos de um papa polonês, João Paulo 2º, eleito em 1978.

Os cardeais italianos podem não ter o posto principal da igreja, mas são francamente majoritários na administração do Vaticano, o que naturalmente lhes dá poder para influir na sucessão.

De todo modo, parece haver uma divergência de fundo pessoal entre dois dos "papabili" mais em evidência: Angelo Scola, 71, cardeal de Milão, e Tarciso Bertone, 79.

Scola é um dos poucos que se mantiveram muito próximo de Bento 16, o que faz com que os vaticanistas o apontem como o preferido do papa para sucedê-lo em uma eleição inédita há 598 anos -ou seja, uma escolha decorrente de renúncia voluntária do papa.

É um ultraconservador, tido como o único cardeal ligado ao movimento "Comunhão e Liberação", presente em 70 países e defensor da mais pura ortodoxia, como Bento 16.

Acontece que Bertone ocupa o posto de secretário de Estado, uma espécie de ministro do Exterior, e manobrou pesadamente para isolar o papa, afastando os já poucos íntimos de Bento 16.

Italianos à parte, toda a mídia internacional já iniciou a habitual bolsa de apostas em "papabili". Entre eles, aparece com alguma força o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, 63, arcebispo de São Paulo.

Fala-se muito também em algum nome latino-americano, pelo fato de que é no subcontinente que se encontra hoje o maior contingente de católicos (47% do total) -o que joga a favor de Scherer.

Há igualmente quem especule com um africano, como Peter Turkson, 64, de Gana.

Mas é bom deixar claro que tudo não passa de especulação porque ninguém, nem mesmo os mais badalados vaticanistas, esperava a renúncia de Bento 16.


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