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Nome pode ser referência a dois santos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Boas razões não faltam para que o novo papa tenha sido o primeiro a escolher o nome de Francisco.

Segundo o Vaticano, é uma referência a são Francisco de Assis, mas provavelmente não é a única.

"A grande maioria dos católicos vai pensar imediatamente em são Francisco de Assis", diz Rodrigo Coppe Caldeira, historiador do catolicismo da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).

Algumas pistas explicam a razão da predileção pelo santo fundador dos franciscanos, morto no ano 1226.

Como arcebispo, Jorge Bergoglio tentou se mostrar próximo dos pobres e adotou um estilo de vida modesto, em linha com o jovem medieval que buscou a santidade na pobreza. São Francisco de Assis também é o padroeiro da Itália, o que ajudaria o papa a indicar que ele não descuidará de seu rebanho italiano.

Como se trata do primeiro papa vindo da Companhia de Jesus, no entanto, é impossível não pensar em são Francisco Xavier (1506-1552), membro do núcleo dos primeiros jesuítas e missionário intrépido que pregou na Índia, em Bornéu e no Japão.

"Ambos os nomes são muito ricos de significado. Se houver referência a são Francisco Xavier, há um grande sentido de missão, de uma igreja missionária", afirma Moisés Sbardelotto, pesquisador da Unisinos (RS) que estuda a inserção do catolicismo nas mídias digitais.

Nesse caso, um papa de ascendência europeia, mas nascido fora dos centros históricos de poder da Igreja Católica, estaria sinalizando sua disposição para enfrentar a "conquista espiritual" do Oriente, como tentaram fazer seus predecessores jesuítas.

É claro que a referência pode ser dupla (ou até tripla; Rodrigo Caldeira lembra outro jesuíta famoso, são Francisco de Borja, também do século 16).

A ambiguidade também estava presente no nome escolhido por Bento 16, referência a são Bento, monge do século 6 que criou a regra dos beneditinos, e ao papa Bento 15 (1854-1922), que tentou fomentar a paz na Primeira Guerra Mundial.


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