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Assédio às emissoras já começou

DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA


Um grande leilão informal de emissoras de TV deverá ocorrer nos meses seguintes à aprovação da emenda constitucional que abre as empresas de comunicação brasileiras ao capital estrangeiro, dissem executivos da área ouvidos pela Folha.

O assédio das grandes corporações internacionais começou há quase dois anos. As redes mais visadas têm sido o SBT, a Bandeirantes, a CNT e a Rede TV!

Record e Globo são menos procuradas porque a primeira é ligada a uma igreja e a segunda não manifesta, oficialmente, interesse no capital estrangeiro.

Há três grupos de interessados em se associar às redes brasileiras de TV. Em um primeiro grupo, estão os maiores conglomerados mundiais de televisão e entretenimento, como Disney-ABC, Time Warner, Sony, GE/NBC, News Corp. (Fox, Sky) USA Networks, Viacom, Cisneros (Venezuela), Televisa (México), Clarín (Argentina) e Berlusconi (Itália). À maioria dessas empresas, a TV brasileira interessa mais como “desova” de produção original e de formatos estrangeiros.

Num segundo grupo, estão empresas que vêem a TV como futuro parceiro estratégico, como as empresas de telefonia, de TV paga e de Internet _Telefônica, AOL e Terra, por exemplo. Para esse tipo de investidor, as emissoras interessam porque, com a TV digital, televisão, Internet e telefonia devem convergir num só sistema.

No terceiro grupo de interessados estão grupos que, assim como os outros, vêem na TV um negócio que dá lucro, mas que não têm interesse propriamente no produto televisão.

Mas há um obstáculo: a emenda contitucional que está para ser votada na Câmara permite apenas 30% de capital estrangeiro.

No caso da TV, os outros 70% têm de pertencer a brasileiros. Assim, o controle das emissoras ficaria nas mãos de grupos nacionais, o que afastaria estrangeiros.


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