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A TV realidade, de programas como “No Limite” e “Survivor”, se propaga no Brasil e no exterior em novos formatos

Emissoras descobrem a “realidade”
Foto Divulgação
Gravação de cena de "No Limite"

Com o sucesso de “No Limite”, a televisão brasileira começa a investir pesado este ano no chamado “reality show” ou TV realidade. Diretores evitam falar em cifras, mas a área já é prioridade nas discussões dos centros de decisão das emissoras. A Rede Globo prepara a segunda versão da gincana para janeiro de 2001 e já planeja uma terceira edição do programa. O SBT fechou negócio com a emissora holandesa Endemol Entertainment para a compra dos direitos de “Big Brother”, espécie de

“No Limite” dentro de uma casa. O apresentador Carlos Massa, o Ratinho, tem um projeto de incluir um quadro dessa linha em seu programa. “Nossa idéia é pegar um casal bem simples, do interior, que não saiba falar inglês, e mandar para os Estados Unidos. Lá, eles teriam de cumprir uma missão. Iria lembrar um pouco o filme ‘Crocodilo Dundee’”, diz Fábio Furiatti, diretor do “Programa do Ratinho”, do SBT.

Gugu Liberato também está se mexendo para entrar no mercado da TV realidade. Sua produtora, a GPM (Gugu Produções e Merchandising), deve fazer um programa que mostre várias pessoas vivendo numa casa de vidro, que seria construída, segundo ele, na avenida Paulista.

A Rede Bandeirantes está testando a nova tendência com a Internética, nova personagem do programa “O SuperPositivo”. Trata-se de uma modelo que fica dentro de uma cabine de vidro e só se comunica com o público pela Internet.
Se a personagem vingar, a emissora deve investir mais na tendência voyeur da televisão.

No Brasil, a primeira emissora a exibir um programa mostrando a convivência de pessoas anônimas foi a MTV. No dia 5 de julho, 18 dias antes de o primeiro episódio de “No Limite” ir ao ar, o canal musical estreou o seriado “20 e Poucos Anos”, que mostra encontros entre jovens.

O projeto é dos psiquiatras Jairo Bouer, que apresenta o “Erótica MTV”, e Hana Vaisman. “O seriado é um dos maiores sucessos da casa. Já está na segunda fase e pretendemos continuar investindo nele”, afirma Zico Góes, diretor de programação da MTV.

J.B. de Oliveira, o Boninho, dirigiu “No Limite” e se diz empolgado com essa nova tendência da televisão. “Ter a liberdade de criar num campo totalmente inexplorado e deixar a minha marca nessa nova etapa da TV é muito gratificante”, declara o diretor.

Zeca Camargo, que apresentou o programa e participou de sua criação, também se sente estimulado pela entrada do “reality show” no Brasil. “Eu adorei apresentar o ‘No Limite’. Foi a coisa mais diferente que já fiz em minha carreira. Fiquei muito surpreso com tanta repercussão.”

Na Europa e nos Estados Unidos, atrações nessa linha não param de aparecer. O fenômeno explodiu com o norte-americano “Survivor”, gincana que inspirou “No Limite”. “Big Brother”, que coloca pessoas juntas numa casa, já foi sucesso em vários países. Na Espanha, o programa ganhou o nome de “El Gran Hermano”. Na Inglaterra, a atração está sendo exibida pelo Channel 4. Em resposta a ele, o Channel 5 estreou nesta semana o “Jailbreak”, que coloca várias pessoas dentro de uma cela, vigiada por seguranças. Quem fugir leva o prêmio.

A Alemanha exibiu o “Weather Duel Island”, parecido com “No Limite”, e agora investe no “Big Diet”, que deve entrar no ar em 2001. O programa vai colocar competidores obesos num spa. Quem emagrecer mais ganha a gincana.


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