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Rio não tem solução nem data para reabrir estádio
ENGENHÃO
Segundo estatal, reparo pode começar apenas em 60 dias
Ante o risco de desabamento da cobertura do Engenhão, a Prefeitura do Rio fechou o Estádio Olímpico João Havelange sem saber quando o reabrirá nem quais problemas estruturais existem.
Anteontem, a prefeitura soube de relatório da empresa alemã RBS, especializada em coberturas de estádios. Após testes iniciados em 2011, a firma indicou que ventos acima de 63 km/h podem fazer a cobertura ceder.
Em 2009, estudo da Alpha, empresa brasileira que projetou a cobertura, e da portuguesa TAL, que certificou a obra, restringiu o uso do estádio em caso de ventos superiores a 115 km/h -ocorrência improvável no Rio.
Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) considerou que não havia risco.
Segundo o presidente da estatal municipal RioUrbe, Armando Queiroga, a meta é achar a solução entre 30 e 60 dias e aí iniciar o reparo.
Ele diz não saber se o custo será da prefeitura -em caso de erro no projeto- ou do consórcio -falha na execução. "Só depois será definido quem vai pagar a conta."
Inaugurada em 2007 para os Jogos Pan-Americanos, a arena custou R$ 380 milhões -o previsto era R$ 60 milhões. A obra foi paga com verba pública na gestão do então prefeito Cesar Maia (hoje vereador pelo DEM).
O município é proprietário do estádio. O Botafogo adquiriu a sua concessão até 2027.
O problema da cobertura do Engenhão começou em 2007. Diante do atraso das obras e da constatação de que o consórcio responsável pela instalação -liderado pela Delta- não tinha capacidade técnica, a prefeitura repassou para o consórcio Odebrecht-OAS essa etapa da obra em contrato emergencial.
Por isso, o consórcio ficou responsável apenas por falhas na execução, segundo afirma seu representante Marcos Vidigal. Eventuais erros de projeto são de responsabilidade da prefeitura.
Já em 2007, os arcos que sustentam a cobertura e estão fixados em pilastras de concreto tiveram um descolamento 50% maior do que o previsto no projeto.
Para o ex-prefeito Cesar Maia, houve falhas na manutenção e não do projeto. Já a Delta afirma que seus serviços, feitos até a transição das obras ao outro consórcio, foram aceitos pela prefeitura.