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Vestibular

Prova teórica surpreende candidatos a gandula desta Copa das Confederações

EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO

"Você também vai fazer o teste para gandula, né? Pega isso aqui também, é o material para a prova escrita..."

Maria Clíssia, 15, soltou um "Hã? O quê?", coçou a cabeça e passou a examinar a "cartilha" com informações que cairiam na prova teórica que selecionou os jovens que trabalharão como gandulas na Copa das Confederações, de 15 a 30 de junho.

Junto com a prova prática, em que os candidatos simularam situações que encontrarão nos campos, o "vestibular" selecionou 138 jovens entre 14 e 16 anos que trabalharão na competição.

"Achava que [para ser gandula] era só atirar a bola para o jogador. Pensei que iríamos para o campo treinar, não que teria uma prova", diz Maria, goleira do time feminino da categoria sub-17 do Vasco, uma das escolhidas.

"Não era apenas eu que pensava assim. Muita gente, amigos, parentes, me perguntam como faz para ser gandula. Eles dizem que qualquer um consegue [arremessar uma bola]", lembra a jovem.

Maria conta que todos se impressionam quando ela diz ter passado por testes físicos e teóricos aplicados por um patrocinador oficial -a Coca-Cola, responsável pelo programa de gandulas.

"Eles não sabem que envolve tanta coisa", explica.

A adolescente se refere a informações teóricas relacionadas a história dos gandulas, organograma do COL (Comitê Organizador Local), patrocinadores, fisiologia, comportamento ético, regulamento e até vestuário.

Tradicionalmente são os próprios clubes que apontam os gandulas de seus jogos.

Alguns escolhem os funcionários mais humildes, que assim conseguem renda extra. Em São Paulo, a FPF (Federação Paulista de Futebol) só define gandulas a partir das quartas de final.

A federação seleciona apenas mulheres para serem gandulas. Elas são escolhidas após avaliação de currículo com foto. As interessadas devem ter entre 18 e 26 anos e preferencialmente cursar educação física. Elas treinam e são testadas no campo do clube Nacional, na zona oeste de São Paulo.

Campeã do Estadual do Rio e terceira colocada da Copa Coca-Cola, cuja premiação foi a oportunidade de participar da "peneira" para gandula, a dificuldade para Maria será deixar o futebol de lado na semana na qual terá de trabalhar na Copa das Confederações.

Fã do atacante Neymar e do goleiro Júlio César, Maria tem 11 irmãos -seis homens e cinco mulheres.

Sua família, que mora em Nova Brasília, no distrito de Nova Iguaçu, no Rio, tem como passatempo favorito jogar bola nos finais de semana.

"Ficar fora dos treinos [no time feminino sub-17 do Vasco] e das peladas com a família durante a Copa das Confederações vai ser um sacrifício. Mas, para mim, ser gandula será um passo para no futuro estar no lugar deles [jogadores da seleção] e defender o Brasil", declara.


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