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Lúcio Ribeiro

Não chamem o Ronaldinho

Para o bem do futebol, deixem o Ronaldinho de fora da seleção brasileira. Por quê?

Felipão chama hoje para o amistoso de sábado contra a Bolívia, mais uma das mil tentativas de chegar perto de um time razoável para a Copa em casa. Já que a gente é chegado a uma campanha, aqui vai outra: "Favor NÃO convocar o Ronaldinho para a seleção".

Claro, isso é uma brincadeira. E também é bem sério. Em nome do futebol, não convoquem o Gaúcho. É confuso. A seleção não se acerta, e Ronaldinho é quem mais se acertou no futebol brasileiro desde que foi para o Atlético-MG. Mas Ronaldinho não se acerta com a seleção.

Quando Felipão assumiu, a retórica era a de trazer a experiência para alavancar a nova geração. Experiência no comando, experiência em campo. No deserto de homens e ideias em que está o meio-campo brasileiro, olharam para Ronaldinho. O craque, que já foi o melhor do mundo e também já foi dado como acabado, foi utilizado e não teria agradado, porque, em amistosos fortes, contra Itália e Rússia, foi preterido em nome de "outros testes".

Ok! Na seleção ele não tem jogado nada há tempos, seja lá de poste na esquerda, seja no meio com mais liberdade. Mas como ignorar seu presente iluminado?

Na Libertadores ou no Mineiro, Ronaldinho tem desequilibrado. Seu repertório de passes com o peito, olhando para um lado e tocando para o outro, batendo faltas ou orquestrando ataques e contra-ataques tem enchido os olhos, sem falar no "truque da água" aplicado em Rogério Ceni. Na vitória do Atlético sobre o Strongest, na Bolívia, o time venceu com um gol contra no final. Um narrador gritou: "Gol de sombra do Ronaldinho". E foi mesmo. O zagueiro se assustou com ele e meteu para o próprio do gol.

Faz uns 12 meses que R10 encanta. No Galo, "sofre" de reverência explícita. É reverência nas arquibancadas e dentro de campo. O time todo corre por ele e é feliz com isso.

É reverenciado pelos inimigos. Em cena impressionante, o brasileiro viu um lateral do Strongest se curvar diante de si na hora do cumprimento das equipes, saudando-o como santo como fazem os torcedores do Atlético, como fez Neymar, como já fizeram até argentinos.

Aonde o Galo vai, no Brasil e fora, Ronaldinho mal pode andar de tanto assédio. Por jornalistas, gandulas, adversários. É engraçado a seleção não conseguir tirar proveito dessa "magia" quando aparentemente só um passe de mágica nos livra de um fiasco no Mundial-14.

Ronaldinho põe o Brasil em xeque. Como Felipão pode prescindir de seu "momentum"? Como botá-lo em amistosos bestas sem parecer um veterano em jogo de despedida? Para ser assim, melhor desencanar mesmo do Ronaldinho e deixá-lo se divertir no Galo e nos encantar.


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