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Grata e fiel, central disputa 9ª final por equipe de Osasco

VÔLEI Desde 2005, Superliga feminina é decidida pelo time de Adenízia, ouro em Londres-2012, contra o Rio

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

Uma lembrança escorre pelo rosto de Adenízia. A lágrima escapa dos olhos verdes da jogadora e a faz recordar por que está ali, em sua casa, prestes a jogar a nona final consecutiva da Superliga, hoje, às 10h, pelo mesmo time contra o mesmo adversário.

O sentimento contido é de gratidão ao treinador Luizomar de Moura, que pode comandá-la rumo à temporada perfeita: em um ano, ela ganhou Paulista, Sul-Americano, Mundial e Olimpíada.

Em 2005, quando Luizomar era o treinador de Adenízia na seleção infanto-juvenil, ele a convenceu a ficar em Osasco quando ela tinha 18 anos.

"É uma história de pai e filha. Eu queria desistir. Sabia que em Osasco só tinha atletas de seleção, e eu precisava ir para um time mediano para jogar. Mas Luizomar falava para eu ficar. Ele me segurou", diz Adenízia à Folha.

A central mineira de Ibiaí, hoje com 26 anos, é a única do Osasco a participar dos três títulos (2005/10/12) e dos cinco vices (2006/07/08/09/11) da equipe contra o Rio.

"Ela saiu muito cedo de casa, era preciso todo tipo de apoio, do nutricional ao psicológico. Por isso, Osasco era importante para ela. E, hoje, ela é a referência. É um exemplo de identificação com cidade e torcida incomum no vôlei", afirma Luizomar.

Ele assumiu o time na temporada 2006/07. Adenízia estava na cidade desde os 13 anos e treinava com as adultas, alçada pelo treinador que lhe daria o ouro olímpico: José Roberto Guimarães.

Ela se transformou em uma das melhores bloqueadoras do país. Mas, para quem deixou a casa dos pais em Governador Valadares (MG) aos 11 anos para jogar vôlei, a espera se transformava em choro.

"Esse período foi punk, pior do que ter uma lesão. Quando você não está jogando porque não cabe no grupo, vê seu sonho indo embora. É muito triste. Luizomar me encontrava, e eu chorava. Hoje ele conta minha história às meninas mais novas."

Adenízia perdeu a mãe quando tinha um ano e oito meses. Como o pai havia deixado a família, ela foi adotada e virou a caçula de quatro irmãos e duas irmãs.

Desde a primeira final contra o Rio, em 2005, a jogadora de 1,87 m acredita que, além da experiência, ficou mais forte. Calcula que passou de 63 kg para 72 kg, com um corpo mais bem definido.

Medidas que a levaram para o mais recente desafio: trabalhar como modelo. Em dezembro ela assinou contrato com uma agência paulistana e já posou para algumas fotos, o que gosta de fazer.

Desfilar, por enquanto, não. Apesar de afirmar achar bonito sapato de salto, considera-se desajeitada.


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