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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

O 9 de Felipão

Para Pato fazer sucesso com o técnico, precisará cumprir o velho lema dele: jogador bom é jogador com fome

Pato não entrou bem contra a Bolívia. Se aproveitasse a chance que recebeu no intervalo do amistoso, Felipão poderia esquentar a cabeça pensando mais em como mudar seu conceito de ataque, do que sobre como aproveitar Ronaldinho Gaúcho no meio de campo ou Jean na lateral direita.

Felipão gosta de time com centroavante. Tirando o Grêmio campeão brasileiro de 1996, com Paulo Nunes na frente e Zé Alcino abrindo espaço pelos lados, é difícil lembrar momentos em que o técnico optou por ataques móveis. Mesmo aquele Grêmio só escolheu essa formação porque perdeu Jardel, vendido.

A diferença daquela época é que as principais seleções do planeta indicam a tendência de escalar um homem a mais nas ações no meio do jogo, sem fixar um camisa 9. A Espanha tem Fàbregas, a Argentina, Gonzalo Higuaín, a Itália joga com Balotelli. Em abril, pelas lesões de Mario Gomez e Miroslav Klose, a Alemanha deixou de ser a única grande seleção com um ponto de referência dentro da área. Jogou com o meia Gotze nessa função.

Quando fez sua última convocação, Felipão sabia que Pato poderia ser um híbrido. Não é um centroavante tradicional, como Fred ou Leandro Damião, à espera da bola dentro da área por praticamente toda a partida (veja ilustração do primeiro gol contra a Bolívia).

Ter Pato como atacante mais avançado também não significa a renúncia completa ao centroavante, porque o avante do Corinthians sabe exercer a função, sem se fixar na marca do pênalti. Roda, circula, procura as tabelas.

Só que, para Pato fazer sucesso com Felipão, precisa cumprir o velho lema do treinador, segundo o qual jogador bom é jogador com fome. Pato não mastiga.

Para Felipão abrir mão do centroavantão, tipo Jardel, Fred, Leandro Damião, também é preciso que os jogos contra seleções fortes na Copa das Confederações mostrem que isso se tornou uma necessidade. Uma tendência criada pela dificuldade em controlar o meio de campo desperdiçando um homem só para disputar com zagueiros.

Felipão não fala, mas pensa que o acerto nos últimos jogos de Mano Menezes se deveu menos à escolha de Neymar como último atacante do que à fragilidade de adversários como Japão, México, Iraque e Colômbia. Contra França, Inglaterra, Itália, Espanha e Uruguai, na Copa das Confederações, a exigência será diferente. Para Felipão, em jogos assim é mais difícil fazer o pequenino Neymar brigar contra zagueiros gigantes.

Só o tempo vai responder se o estilo Felipão é ainda adequado à obrigação de ganhar a Copa de 2014. Se seu velho jeito de jogar, com volante marcador e centroavante rompedor, ainda tem espaço no futebol mundial. Se Felipão foi escolhido pela dupla Marin-Del Nero para a Copa do Mundo, só há agora um jeito de dar certo: permitir que Felipão seja Felipão.

BOM VALOR

Leandro fez gol no sábado pela seleção e no domingo pelo Palmeiras. O absurdo do calendário faz lembrar Juninho Paulista atuando em dois jogos no mesmo dia, em 1994, pelo São Paulo. No sábado, Leandro se tornou o primeiro jogador do Palmeiras a marcar pela seleção desde Alex, em 2000.

DESCOBERTAS

Telê Santana dizia que todo jogo tem uma descoberta a ser feita. Essas rodadas sem jogos empolgantes tiram o olhar de quem pode ser útil. O volante Carlos Alberto, do Mogi Mirim, o meia Bady, do São Bernardo, o lateral Daniel, do Botafogo. Quem precisa de jogador tem coisa a tirar dos Estaduais.


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