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Brasileiros escolhem defender país africano para jogar a Copa em casa

2014 Guiné Equatorial, que nunca foi ao Mundial, já convocou 17 atletas nascidos no Brasil

ADRIANO GARRETT COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O sonho de disputar a próxima Copa em casa, em 2014, fez com que um grupo de jogadores do Brasil optasse por uma alternativa incomum.

Eles se tornaram cidadãos de Guiné Equatorial e formam a legião estrangeira que representa o país africano nas eliminatórias para o Mundial.

Nas últimas três convocações, 17 brasileiros defenderam o país. "Qualquer profissão é feita de oportunidades. Era muito difícil [ser convocado no Brasil], por isso pensei bem e decidi pela naturalização", diz o meia Judson, 20, que defende o São Bernardo, 12º colocado no Paulista.

Além dele, outros nove brasileiros disputaram a partida contra Cabo Verde, no dia 24, pelas eliminatórias.

Aquele time não tinha só brasileiros em campo. Entre os convocados, havia quatro espanhóis, três colombianos, dois marfinenses, um liberiano, um ganês e um nigeriano. Apenas o goleiro reserva, Felipe Ovono, nasceu no país.

Segundo a Fifa, o jogador naturalizado que não atuou por nenhuma outra seleção deve ter nascido no território de sua nova equipe, ter pais ou avós oriundos daquele local ou morar por cinco anos no novo país após ter alcançado a maioridade. A Folha entrevistou quatro brasileiros que já atuaram pela Guiné Equatorial. Nenhum deles cumpre esses pré-requisitos.

O goleiro Danilo, na seleção desde 2006, ficou seis meses no país para se naturalizar. O atacante André Neles, do São Carlos --na A-3 do Paulista--, se naturalizou em 2007 porque sua bisavó era da Guiné Equatorial. Já o meia Judson e o atacante Ricardinho disseram que o processo durou cerca de um mês. Eles nunca estiveram no país antes da convocação.

A Fifa informou à Folha que já abriu procedimento disciplinar para apurar irregularidade na Guiné Equatorial. A entidade não deu mais informações sobre o caso.

ÀS PRESSAS

A decisão de ir ao Brasil recrutar mais brasileiros para a seleção foi tomada após uma derrota do time por 4 a 0 para o Congo, em setembro, em jogo classificatório para a Copa Africana de Nações de 2013 --à época, a Guiné Equatorial tinha quatro brasileiros.

O técnico do time era o brasileiro Gilson Paulo.

No duelo de volta, a equipe ganhou por 2 a 1, mas ficou sem a vaga. Os brasileiros, no entanto, se firmaram.

Judson diz não ter recebido nada para se naturalizar. Já André Neles afirma que um grupo de empresários lhe pagou US$ 200 mil pela cidadania e US$ 10 mil por jogo.

A seleção hoje é dirigida pelo espanhol Andoni Goikotxea -- Gilson Paulo foi demitido no ano passado.

A Guiné Equatorial está em terceiro no Grupo B das eliminatórias. Para se classificar pela primeira vez, precisa liderar a chave e, depois, vencer um jogo eliminatório. Se conseguir, muitos jogadores estarão em casa em 2014.


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