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Edgard Alves

A luta contra o doping

O cerco aos fraudadores cresce a passos largos, sem trégua, apostando no avanço da ciência

Os Jogos Olímpicos de Londres-2012 registraram oito casos positivos de doping, em cerca de 6.000 testes realizados. O número de trapaças, no entanto, pode crescer porque o material coletado dos atletas fica congelado para ser reavaliado, caso haja alguma suspeita, nos próximos oito anos. É o que autoriza o Código Mundial Antidoping.

E a Wada (Agência Mundial Antidoping) planeja ampliar o prazo de congelamento dessas amostras para dez anos, tornando a ação avassaladora. Pelo menos essa é a tendência dos participantes do congresso marcado para novembro, na África do Sul, evento que acontece a cada quatro anos para o aprimoramento das normas de conduta da entidade.

Com mais tempo disponível para o avanço das pesquisas e da ciência, a caça aos trapaceiros se torna implacável. Apesar de o crime, com novas drogas, conseguir sempre dar um passo à frente do controle, os exames em Londres foram tão rigorosos e de alto nível, segundo o médico brasileiro Eduardo De Rose, integrante da comissão antidoping do COI, que dificilmente algum teste daquelas coletas venha a ser apontado como positivo no futuro.

O controle antidoping não expõe suas capacidades de ação para que os fraudadores não tenham conhecimento das suas armas secretas.

Mas há especialistas com opinião diferente sobre os Jogos de Londres, caso do promotor público italiano Benedetto Roberti, que investiga o médico de Lance Armstrong, Michele Ferrari. Ele declarou recentemente em entrevista que há duas novas formas da droga EPO (eritropoetina), indetectáveis e que podem ter sido usadas na Olimpíada.

Nada disso, no entanto, tem a ver com o caso do ciclista Lance Armstrong, banido do esporte por doping, cujo recente desfecho teve grande repercussão. Tratou-se, neste caso, de um processo peculiar, sem positivo em teste antidoping, fruto de uma denúncia premiada, que também levou à condenação outros ciclistas da mesma equipe.

Só que aí, como nas competições, a estrela de Armstrong brilhou mais do que as dos companheiros. Posteriormente, em entrevista à TV, Armstrong confessou ter utilizado doping.

Nesse cenário de mistérios, investigações, conflitos e guerra de tecnologias, como fica a Olimpíada da Rio-16? A organização dos Jogos planeja realizar todos os testes no Ladetec, laboratório do ramo, no Rio, procedimento que, hoje, seria impossível, pois as condições do local estão longe do padrão exigido.

O laboratório amplia suas instalações, mas precisa do domínio de novas técnicas e de aparelhamento sofisticado. Além disso, para funcionar dentro das normas, é necessário um tempo de testes.

Portanto, o comitê organizador deve arrumar a casa até 2015, pelo menos. O teste do laboratório não pode ficar para a Olimpíada, menos ainda para depois dela.


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