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Havelange, 96, renuncia a cargo na Fifa para não sofrer punição

CASO ISL
Saída da presidência honorária se dá 12 dias antes de relatório sobre propina

LEANDRO COLON DE SÃO PAULO MARCEL RIZZO

João Havelange, 96, o brasileiro que comandou o futebol mundial por 24 anos, renunciou à presidência honorária da Fifa em 18 de abril para evitar o constrangimento de ser punido pela entidade.

Ontem, 12 dias após carta enviada por ele à federação, o Comitê de Ética da Fifa divulgou relatório final do caso ISL, apontando que Havelange, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, receberam propinas da empresa de marketing esportivo.

A falida ISL foi investigada pela Justiça suíça por ter pago propina a dirigentes em troca de facilidades na obtenção de contratos.

No ano passado, foi divulgado que Havelange e Teixeira receberam R$ 45 milhões em subornos. Eles nunca comentaram as acusações.

Como a Folha revelou em 24 de abril, a renúncia de Leoz do Comitê-Executivo da Fifa e da Conmebol teve como motivo, além de problemas de saúde, o relatório sobre o caso, que poderia recomendar punições internas.

Para evitar o constrangimento da punição, Havelange e Leoz abandonaram os cargos antes da conclusão do texto do Comitê de Ética --em março de 2012, Teixeira adotou a mesma estratégia.

Se não deixassem seus postos, poderiam ser banidos da Fifa ou serem impedidos de trabalhar com futebol por alguns anos, sanção semelhante à de Vernon Manilal Fernando, do Sri Lanka --ex- -membro do Comitê-Executivo, proibido de exercer cargos por oito anos por má gestão na sua confederação.

Apesar da saúde debilitada, Leoz, 84, ainda participava de decisões na Fifa, ao contrário de Havelange, cujo cargo era figurativo. Procurado pela reportagem, Havelange não foi encontrado.

O documento isenta o atual presidente da entidade, Joseph Blatter, de responsabilidade no caso de propina.

Em sua conclusão, divulgada ontem no site da Fifa, o juiz do Comitê de Ética, Hans-Joachim Eckert, mantém a informação de que os cartolas receberam subornos da ISL, entre 1992 e 2000, mas argumenta que, na época do episódio, não havia código de conduta dentro da Fifa.

NOVO PRESIDENTE

Ontem, foi oficializada a renúncia de Leoz da presidência da Conmebol. Pela manhã, ele foi internado com problemas respiratórios.

O uruguaio Eugenio Figueredo, até ontem vice-presidente, assume o comando. O novo vice será decidido em maio, em Maurício, na África, no Congresso da Fifa.

Os presidentes das associações filiadas à Conmebol também deram a Figueredo a vaga que era de Leoz no Comitê-Executivo da Fifa --os outros cartolas sul-americanos no comitê são Marco Polo Del Nero, vice-presidente da CBF, e Julio Grondona, presidente da federação argentina.


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