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Rádio leva jogos aos torcedores de Franca
BASQUETE
Na cidade, cuja equipe busca vaga na semifinal do NBB, futebol perde em audiência
Ouvindo, parece futebol, mas o narrador precisa gritar o equivalente a "gol" dezenas de vezes na partida. Os jogos são de basquete, e os gritos, de "cesta", "ponto", "caiu!".
É o que ocorre em Franca, no interior de São Paulo. Lá, o sucesso no rádio são os jogos do Franca, que decide vaga na semifinal do NBB (Novo Basquete Brasil) ante o Bauru, às 21h (SporTV 2).
Franca talvez seja, no país, a única cidade em que o futebol perde em audiência para outro esporte --o time local, a Francana, caiu na primeira fase da A-3 do Paulista.
Três emissoras fazem as transmissões. E a cidade tem até uma escola de narradores. O pioneirismo, segundo colegas, é de Jovassi Correia Dias, 70, da rádio Imperador.
Narrador há 50 anos, ele já atuou na Hertz e na Difusora. Começou substituindo um colega que ficou doente e narra futebol também, mas prefere basquete porque tem um público amplo. "É homem, mulher, criança, velho. Todo mundo tem uma cesta no quintal de casa. O basquete tomou conta de Franca."
Franca Basquete tem 10 Nacionais, 11 Estaduais, 6 Sul-Americanos e 4 Pan-Americanos. "O basquete é um esporte mais técnico que o futebol. E não tem malandragem", afirmou Renato Cesar Cunha, 57, da Difusora.
Até jogo de fora do país já foi transmitido para a cidade, quando a equipe local foi vice do Mundial Interclubes.
"Fui a Ribeirão Preto pedir uma linha da Embratel para transmitir o jogo [da Europa]. Ninguém acreditava que eu iria, mas deu certo e ficou na história", disse Jovassi.
Embora amem o basquete, nenhum dos narradores de Franca vive só do esporte. "Tem mês em que perdemos. Em outros ganhamos um pouco, e assim vamos seguindo", afirmou Jovassi.
Mas, mesmo com os problemas, de Franca a narração de basquete já chegou a outras cidades. O Uberlândia é seguido também por três emissoras, e o Brasília, por uma.