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Edgard Alves

Troca de bandeiras

Onda de mudança de nacionalidade pode colocar brasileiros contra brasileiros na Rio-2016

A globalização na área dos esportes, que intensificou o intercâmbio internacional, abrindo horizontes para o setor, aponta na direção de uma atração extra para o Brasil na Olimpíada do Rio, em 2016.

Trata-se da oportunidade de vir a ocorrer durante o evento confrontos entre brasileiros em alguns esportes. Isto porque, atletas nacionais já procuram outros países em busca de naturalização, a fim de ganharem condições para disputar os Jogos sob nova bandeira.

Isso não é inédito, mas ocorreu anteriormente sem impacto, leve. Em Pequim-2008, duplas do vôlei de praia, integradas pelos brasileiros Jorge Terceiro, Renato Gomes, Cristine Santanna e Andrezza Chagas, defenderam a Georgia. E a onda desse procedimento mostra evolução e tende a se tornar rotina.

Sete judocas brasileiros, naturalizados ou em processo de naturalização para defender outros países, foram contabilizados por Rodrigo Farah, no UOL: Taciana Lima (Guiné-Bissau), Camila Minakawa (Israel), Sérgio Pessoa (Canadá), Carlos Luz e Eduardo Lopes (Portugal), Moacir Mendes (Uruguai) e Victor Karabourniotis (Grécia).

É um número expressivo, que mostra o potencial do judô nacional, medalhista em todas as Olimpíadas desde Los Angeles-84. Nos Jogos, cada equipe pode classificar um atleta por categoria. Quem não sonha em participar da Olimpíada? Por isso, a busca por outro país virou opção, um novo caminho.

O esporte de alto rendimento é a ponta de uma pirâmide, com os iniciantes formando a enorme base e, no alto, os fora de série. No Brasil, são os casos, especialmente, do judô e do futebol. Além dos títulos mundiais da seleção, ninguém estranha o fato de futebolistas brasileiros atuarem em times nos mais longínquos cantos do planeta.

Na contramão dessa corrente, o Brasil também utiliza "nacionalizados". Coincidentemente, a primeira medalha olímpica brasileira do judô --bronze em Munique-72-- foi uma conquista de um japonês naturalizado, Chiaki Ishii. Em Londres, ano passado, Gui Lin, nascida em Nanning, na China, vestiu a camiseta brasileira do tênis de mesa.

Tem ainda brasileiros, moradores desde cedo em outros países, que, em alguns casos, nem português falam com fluência, como Jhonatan Longhi e Maya Harrison no esqui alpino nos Jogos de Inverno-2010. Em contrapartida, o país não poupa esforços para importar técnicos. No momento, 32 treinadores de 19 nacionalidades atuam em 21 seleções olímpicas.

Interessante é que essa abertura de fronteiras também virou arma dos atletas contra maus dirigentes e falta de apoio, como mostrou o episódio envolvendo o ginasta Arthur Zanetti, ouro em Londres. Bastou ele encenar uma possível, embora improvável, troca de nacionalidade, e suas reivindicações foram prontamente atendidas.


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