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Bolívia liberta 7 dos 12 corintianos presos

ORURO

Torcedores ficaram 106 dias detidos sob acusação de envolvimento na morte do adolescente Kevin Espada

BERNARDO ITRI DO PAINEL FC LUCAS REIS DE SÃO PAULO

Após 106 dias de prisão, sete dos 12 torcedores brasileiros detidos em Oruro, na Bolívia, foram soltos ontem. Eles estavam detidos desde 20 de fevereiro sob suspeita de participar da morte do jovem Kevin Espada, 14.

O garoto foi atingido por um sinalizador durante a partida entre San José e Corinthians pela Libertadores.

Segundo o Itamaraty, os sete torcedores soltos seguiriam de Oruro até La Paz, onde ficariam abrigados em local cedido pela embaixada brasileira. O retorno dos torcedores ao Brasil, no entanto, ainda não tem data confirmada.

A Gaviões da Fiel, principal organizada do Corinthians, admite a possibilidade de os torcedores ficarem naquele país até que os outros cinco deixem a prisão. A atitude seria uma forma de pressionar as autoridades bolivianas.

O Itamaraty informou que os libertados passarão por um processo burocrático relacionado às suas documentações para retornar ao país.

A embaixada brasileira em La Paz credita a libertação ao fato de que cinco dos sete corintianos soltos não estavam no estádio em San José, dia 20 de fevereiro, na hora da morte de Kevin Espada, atingido por um sinalizador.

Dois carros da embaixada brasileira na Bolívia ficaram desde a tarde de ontem na frente do presídio para retirar os corintianos do local.

A defesa dos corintianos diz que não há um prazo para que os outros cinco torcedores sejam soltos.

Entre os sete libertados está Tadeu Macedo de Andrade, um dos líderes da Gaviões. "Não estamos totalmente alegres. Só vamos ficar quando os 12 estiverem soltos", afirmou Davi Gebara, advogado da organizada.

Segundo Gebara, não há mais nenhuma acusação sobre os sete corintianos soltos e eles podem retornar ao Brasil tranquilamente.

A torcida acredita que agora a culpa cairá sobre o jovem que confessou ter efetuado o disparo do sinalizador que teria matado Kevin.

Pressão política

O Itamaraty divulgou nota afirmando que a presidente Dilma Rousseff, desde o primeiro momento manifestou ao presidente boliviano, Evo Morales, a preocupação com a situação dos brasileiros.

Houve participação efetiva de deputados, senadores e de diplomatas no sentido de pressionar o governo boliviano a acelerar a libertação. "Sempre tivemos uma conduta respeitosa com o governo boliviano em relação à sua soberania", disse o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).

O presidente corintiano, Mário Gobbi Filho, chegou a ir para Brasília, onde se encontrou com José Eduardo Cardozo e Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, para tratar do tema.

Ontem, no fim da tarde, o Corinthians divulgou nota oficial comemorando a libertação dos torcedores.

A soltura de parte dos torcedores era esperada desde meados de abril pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores do Brasil.

No entanto, segundo apurou a Folha, a declaração da advogada Maristela Basso, contratada pela Gaviões, questionando se Kevin foi mesmo morto por torcedores do Corinthians, fez retroceder o processo na Bolívia.

Algumas semanas depois, o escritório de Basso acabou dispensado do caso e os 12 torcedores passaram a ser representados por dois advogados bolivianos em Oruro.

Colaborou MATHEUS LEITÃO, de Brasília


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