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Engenhão vai ficar sem jogos até o fim de 2014

RIO

Prefeitura diz que local não poderá receber treinos de evento-teste da Copa

ITALO NOGUEIRA DO RIO

O estádio João Havelange, o Engenhão, inaugurado há seis anos, ficará fechado até o fim de 2014 para obras de reforço na estrutura da cobertura. Ao que tudo indica, haverá briga judicial para definir o responsável por pagar.

Segundo a Secretaria de Obras, treinos das seleções que participam da Copa das Confederações, torneio que começa no dia 15, não poderão ser realizados dentro do estádio --está sob análise o uso de um campo anexo.

Aberto em 2007 para os Jogos Pan-Americanos, o Engenhão custou R$ 380 milhões --cinco vezes mais do que o previsto. Ele será usado na Olimpíada de 2016 para as competições de atletismo.

De acordo com a prefeitura do Rio, que interditou o estádio em março, houve falha de projeto. Fotos mostrando parte da estrutura da cobertura torta e danificada foram apresentadas ontem por uma comissão de três engenheiros, nomeados pelo município, como prova do risco.

"O reforço estrutural imediato da cobertura do estádio é imprescindível para que ele possa ser usado com níveis mínimos de segurança exigidos pela legislação vigente", disse o engenheiro Sebastião Andrade, da PUC-Rio.

O secretário de Obras, Alexandre Pinto, afirmou que vai notificar os dois consórcios construtores (Delta/Racional/Recoma e Odebrecht/OAS) para que se responsabilizem pelos custos da reforma, ainda não calculados. Ele disse ter confiança de que as empresas acatarão.

O engenheiro Marcos Vidigal, representante da Odebrecht, afirmou, ao lado do secretário, que vai esperar a notificação e deu indícios de que haverá disputa jurídica.

"O consórcio não tem responsabilidade sobre o projeto. Quando fomos contratados, ele estava concluído."

A briga remonta às polêmicas para a conclusão do estádio. O consórcio liderado pela Odebrecht assumiu a obra após a Delta afirmar não ter como concluí-la. A condição foi não ser responsabilizada por falhas no projeto.

Segundo a prefeitura, houve erro de cálculo para a construção dos arcos que sustentam a cobertura.

Os arcos dos setores leste e oeste se deslocaram quase um metro após a retirada das escoras que sustentavam a cobertura durante a obra. A movimentação esperada era de apenas alguns milímetros.

O projetista, Flávio D'Alambert, afirmou à época que a movimentação era esperada e ratificou seus cálculos.

"O projeto foi verificado por auditores. Se houvesse erro de cálculo, já teria havido problemas graves há muito tempo", disse D'Alambert.

A tensão acima do normal sobre as estruturas da cobertura foi identificada em 2010. Mas permanecia, segundo a prefeitura, dentro de uma margem de segurança. O risco de desabamento foi identificado em março deste ano.


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