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PVC na Copa
Remendo
A quinta rodada do Brasileirão acontece hoje desfalcada de 22 jogadores de seleções nacionais ( *).
Onze estão com Felipão em Porto Alegre, para o amistoso contra a França. Outros 11 espalhados por seleções envolvidas nas eliminatórias.
O Brasileirão tem 20 clubes, cada um com 11 titulares, 220 escalados por rodada. Os 22 desfalques são 10%!
No mundo inteiro, quando seleção joga, clube não entra em campo e vice-versa. No Brasil, não. É grave, mas não é o único problema.
Marco Polo Del Nero é hoje mais do que presidente da Federação Paulista. É vice-presidente e candidato à presidência da CBF. Nos últimos meses, há diversos relatos de quem se aproximou dele com conversas sobre calendário.
Del Nero é sempre receptivo. Lê emails, ouve sugestões, responde...
É pouco!
Na quinta-feira, Del Nero contou que os estaduais terão duas datas a menos no ano que vem. Em vez de 23 jogos para ser campeão, serão 21. Trata-se de um remendo para acomodar o congestionamento ampliado pela Copa do Mundo. O paliativo vai piorar os já insípidos estaduais sem resolver a questão.
O Paulistão-2014 terá 20 clubes em um turno só, de pontos corridos. Depois, semifinal e final em jogo único. Uma maratona sem graça no começo e uma corr ida de cem metros para decidir o campeão em 9 segundos.
"Antigamente, havia 38 datas nos estaduais, mais de 30 no Brasileirão e era possível fazer. Hoje, cresceram a Libertadores e a Copa Sul-Americana. Precisamos estudar como e se é possível melhorar o calendário", diz Del Nero.
O diagnóstico está errado. Há 30 anos, o Corinthians disputou 48 partidas para ser campeão paulista, o Flamengo jogou 26 vezes para ganhar o Brasileiro e o Grêmio precisou de dez jogos para vencer a Libertadores. Se alguém quisesse ganhar os três torneios, jogaria 84 vezes. O número hoje é de 75 jogos.
Naquele ano de 1983, o São Paulo jogou terça, sexta e domingo na mesma semana para compartilhar Paulistão e Libertadores. A solução passa longe de olhar para o passado e pensar que dava certo. Não dava.
"Calendário do futebol é assunto que pode dar até homicídio", afirma um especialista da CBF. Ou se mete a faca nos interesses das federações estaduais ou o Brasil perde o bonde da história.
Duro é precisar dessa solução com os presidenciáveis conciliando os calendários do futebol e das eleições da CBF.