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Caso Kevin pode acabar sem culpado, diz advogado

ORURO Torcedores voltam ao Brasil; adolescente pode não sofrer processo

LUCAS REIS DE SÃO PAULO

A morte do torcedor boliviano Kevin Espada completa hoje 112 dias e pode engrossar a lista de casos de homicídios não solucionados.

Ontem, sete dos 12 torcedores que estiveram presos na Bolívia desembarcaram no Brasil. Os outros cinco, afirmam os advogados da Gaviões da Fiel, devem ser soltos nos próximos dias.

E o adolescente de 17 anos que apresentou-se em Guarulhos afirmando ter disparado um sinalizador pode nem sofrer processo no Brasil.

"Não há autoria. A prova da materialidade é fato, infelizmente houve uma morte, mas acreditamos que a promotoria boliviana não vai conseguir demonstrar de quem foi a autoria desse sinalizador", disse Ricardo Cabral, advogado da Gaviões, ontem, no aeroporto de Guarulhos, pouco antes da chegada dos sete corintianos.

Cabral também defende o adolescente que apresentou-se à Vara da Infância e Juventude. E contou que o garoto não tem certeza se o disparo que matou Kevin foi aquele que partiu de suas mãos.

"O menor pode até não ser processado pela Justiça brasileira. O próprio promotor boliviano não conseguiu angariar provas que comprovasse que aquele disparo atingiu Kevin", disse o advogado.

Na semana passada, o promotor Thales de Oliveira, responsável pelo caso, disse à Folha que o depoimento do adolescente é insuficiente para se avançar o processo, e que ainda aguarda pela chegada de possíveis provas enviadas pela Justiça boliviana.

Os sete corintianos --quatro da Gaviões e três da torcida Pavilhão 9-- que retornaram ontem ao Brasil não têm pendências com a Justiça boliviana ou brasileira.

Segundo Davi Gebara, também advogado da Gaviões, os outros cinco torcedores ainda presos serão soltos "em um futuro bem próximo".

"No entendimento da Justiça boliviana eles estão isentos de qualquer responsabilidade. O processo foi extinto e os 12 serão soltos."

Ontem, no aeroporto, cerca de 200 pessoas, entre parentes e torcedores do Corinthians, aguardavam pela chegada dos sete, celebrada com gritos, cantos e choro. O discurso dos sete corintianos foi o mesmo: alívio pela liberdade, mas agonia pelos outros cinco ainda presos em Oruro.

"Estou aqui para lutar pela liberdade deles. A gente está aqui livre, feliz, mas incompletamente", disse Tadeu Macedo Andrade, um dos sete.


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