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A Copa do silêncio

Após polêmicas com a vuvuzela e a caxirola, Fifa proíbe todo tipo de instrumento musical na Copa das Confederações

BERNARDO ITRI ENVIADO ESPECIAL A RECIFE MARCEL RIZZO DE SÃO PAULO

Não só a caxirola, chocalho criado pelo músico Carlinhos Brown e uma multinacional, está proibida de entrar nos estádios na Copa das Confederações e, provavelmente, no Mundial-2014.

Qualquer instrumento "mecânico que produza volume excessivo de ruído" não será permitido no torneio que começa sábado com Brasil x Japão, às 16h, em Brasília.

No artigo 4 do código de condutas nos estádios, a Fifa usa megafones e buzinas como exemplos de produtos vetados. Mas qualquer torcedor será proibido de entrar em uma das seis arenas com instrumentos que animavam anos atrás os brasileiros em torneios internacionais, como o tamborim e o pandeiro.

De 2006, no Mundial da Alemanha, para cá, a Fifa evita instrumentos musicais em suas competições por segurança e para atender a pedidos de TVs e seleções.

Em 2010, a entidade liberou as vuvuzelas, as cornetas usadas pelos sul-africanos. Aceitou por pressão do governo local, que argumentou que a proibição seria um desrespeito à tradição do país.

O barulho ensurdecedor que tomou conta dos estádios que receberam jogos gerou uma enxurrada de reclamações. Os principais insatisfeitos, segundo apurou a Folha, foram as TVs, que tiveram problemas nas transmissões e, em campo, os treinadores, que não conseguiam passar recados a seus jogadores.

Na derrota do Brasil para a Holanda (2 a 1), houve falha do goleiro Júlio César e do volante Felipe Melo no primeiro gol rival. Após a partida, uma explicação para o erro foi a de que os jogadores não ouviam uns aos outros.

A barulheira do instrumento sul-africano atrapalhou a caxirola, o pedhuá (espécie de apito) e qualquer outro instrumento em 2013 e 2014, mas não é o único motivo que fez a entidade evitar esses objetos. Há uma preocupação da Fifa com segurança.

No Brasil, há o histórico de protestar arremessando objetos ao gramado. Na derrota do Bahia para o Vitória por 5 a 1 em abril, na inauguração da Fonte Nova, houve uma "chuva" de caxirolas no campo. Os chocalhos foram distribuídos gratuitamente pelo fabricante para promoção, mas o tiro saiu pela culatra.

O Ministério da Justiça fez um parecer questionando a segurança das caxirolas e pedindo o veto. A Fifa seguiu a recomendação, usando o item R do artigo 4 do código de condutas, que prevê o "não acesso de objetos que comprometem a segurança do público em geral".

Mesmo rejeitada nos estádios, a Fifa aceitou licenciar a caxirola como um produto oficial --ela será vendida nas lojas da competição.

Por enquanto, somente um supermercado na zona norte de São Paulo, o Andorinha Hiper Center, vende o chocalho desde o fim de semana.


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