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Reencontro

Brasil e Japão, que fazem jogo inaugural da Copa das Confederações, voltam a duelar no país após 24 anos

LUCAS REIS DE SÃO PAULO

O Brasil tem a maior comunidade nipônica fora do Japão e foi essencial na evolução do futebol por lá. Mas, curiosamente, o encontro que abre a Copa das Confederações, neste sábado, em Brasília, é quase inédito.

Quase. Pois em 1989, em São Januário, no Rio de Janeiro, Brasil e Japão se enfrentarem pela primeira vez na história. E, até hoje, aquele foi o único duelo entre as seleções em solo brasileiro.

"Entrei no lugar do Tita, subi de cabeça e fiz o gol. Lembro que o estádio estava vazio. Se não me engano, foi antes da Copa América", conta Bismarck, 43, autor do único gol da vitória brasileira no estádio do Vasco, mas que foi traído pela própria memória.

Bismarck Barreto Faria, que seria convocado para a Copa de 1990, entrou, na verdade, no lugar de Romário, no segundo tempo daquela partida. O gol foi mesmo de cabeça (após cruzamento de Josimar), e São Januário estava quase vazio, como relatou a Folha do dia seguinte.

O amistoso, preparatório para as eliminatórias da Copa de 1990, ocorreu, na verdade, uma semana após o Brasil levar a Copa América.

Sebastião Lazaroni, tricampeão carioca por Flamengo (1986) e Vasco (1987 e 1988) era o técnico do Brasil. Bismarck, então aos 19, despontava no Vasco como um promissor meia-atacante. Teve passagens vitoriosas pelas categorias de base do Brasil. Mas o gol que ele fez naquela noite de 23 de julho seria o seu único pela seleção.

Coincidentemente, Bismarck deixou o Brasil para fazer carreira no Japão. Morou por lá entre 1993 e 2002 e, quando voltou, teve passagens por Fluminense e Goiás. Em 2003, retornou ao Oriente, onde encerrou a carreira.

"Quem decidiu ir para o Japão em 1993 fui eu. Sabia de todos os riscos, de ficar de fora da Copa de 1994. Se o Parreira tivesse me visto jogando no Japão em 1993, teria me convocado. Mas o Japão estava muito longe", conta o ex-vascaíno, hoje empresário de jogadores, com escritórios no Rio e em Porto Alegre.

Ele conta que quase fechou com o São Paulo, depois com o Celta de Vigo, sem sucesso. "Eu queria sair do Vasco e, como não deu certo com o São Paulo e o Celta, optei pelo Japão. Fui para ficar sete meses, emprestado, e fiquei por uma década", explicou.

A liga japonesa havia sido criada em 1992, um ano após Zico desembarcar no Oriente. Testemunha do desenvolvimento do futebol no país, Bismarck atribui ao ex-flamenguista o avanço da modalidade. Naquela partida de 1989, a seleção japonesa era parcialmente amadora, fazia uma excursão pela América do Sul --foi saco de pancadas por onde passou-- e já estava fora da Copa de 1990.

No amistoso do Rio, o goleiro Morishita fez 14 defesas e segurou o novo ataque brasileiro, formado por Bebeto, Romário e Careca. O Brasil deu 40 chutes a gol, contra apenas cinco dos japoneses.

"Zico foi o precursor de tudo. Lá [no Japão], ele mesmo limpava as próprias chuteiras. Em 1993, quando cheguei, já me surpreendi muito. O Japão só não foi à Copa-94 pois sofreu um gol no último minuto [contra o Iraque]", disse Bismarck, que passou por Tokyo Verdy, Kashima Antlers e Vissel Kobe.


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