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Voluntários fazem protesto na festa de encerramento

Participantes abrem faixa pedindo anulação da privatização do estádio

DO RIO

"Uma salva de palmas para os voluntários, eles fazem a diferença." O pedido de reconhecimento que ecoou no som do Maracanã ganhou nova conotação ontem, após um trio de auxiliares que participavam da cerimônia de encerramento ter levantado duas bandeiras de protesto durante a festa pré-jogo.

Fantasiados como metade de uma bola de futebol, dois dos participantes próximos à cantora Ivete Sangalo abriram uma faixa na qual se lia "Imediata anulação da privatização do Maracanã".

O cartaz fazia referência à licitação feita pelo governo do Rio, que transferiu a administração do estádio para um consórcio formado por Odebrecht, IMX (de Eike Batista) e AEG, por 35 anos.

A faixa de protesto foi imediatamente tomada por dois seguranças, e um dos voluntários correu para a arquibancada, batendo no peito. Um organizador se aproximou dele, quando ele já tinha voltado ao seu lugar, e o mandou rumo ao túnel para deixar o gramado, com sua companheira de protesto.

A outra manifestação foi feita por um participante que estava no meio de campo, e que ergueu um cartaz com a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento gay, e uma inscrição: "Ser gay é... mara... aberração é o preconceito".

Ele também foi retirado de campo pelos organizadores, que foram vaiados pela torcida. Os 73 mil torcedores que lotaram o Maracanã ontem apoiaram a seleção constantemente. O clima emotivo e nacionalista começou antes mesmo da partida, com gritos de "sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor" e "o campeão voltou".

Como nos demais jogos da seleção, o hino nacional continuou sendo cantado pelos torcedores mesmo após sua interrupção pelo som.

A hostilidade da arquibancada contra os espanhóis ontem só se compara à que costuma sofrer a Argentina nas partidas contra o Brasil.

Além das vaias constantes, a Espanha ouviu gritos de "timinho" após uma falta de Fernando Torres em Marcelo, que gerou bate-boca entre os jogadores. Antes dos 15 minutos já se ouvia gritos de "olé" nas trocas de passes.

Após o terceiro gol brasileiro, coros de "uh, é chocolate" e "quer jogar, o Brasil vai te ensinar" somaram-se ao "olé" e mesmo a ofensas com palavrões aos europeus.

Rejeição parecida tiveram o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o da CBF, José Maria Marin, vaiados ao aparecerem no telão, mostrando camisas das duas seleções para o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela.


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