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Prancheta do PVC

A Vida sem Neymar

O Santos sabe que só tem um caminho: revelar. Muito melhor do que contratar jogadores medianos

PAULO VINÍCIUS COELHO

A segunda vitória do Santos depois da despedida de Neymar aconteceu graças à mesma política de revelações que fez surgir na Vila Belmiro o maior talento brasileiro dos últimos anos. Ontem, o time campeão da Copa São Paulo, em janeiro, estava no Morumbi. O mesmo técnico, Claudinei Oliveira, e quatro destaques daquela campanha --Neílton, Leandrinho, Giva e Pedro Castro.

O firme zagueiro Gustavo Henrique completou a lista dos representantes das divisões de base. Antes do clássico, o presidente em exercício, Odílio Rodrigues, fez questão de tratar Claudinei Oliveira como "técnico do Santos." A médio prazo, a ideia pode mudar. Mas a atuação no Morumbi dá crédito a quem apostar na nova geração de meninos.

Claudinei escalou Leandrinho para fechar o lado direito e deixou Neílton atacar pela esquerda (veja ilustração). No segundo tempo, apostou em Giva como centroavante, substituto de Willian José. Em seu primeiro toque na bola, o primeiro gol santista.

Como o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro escreveu ontem na Folha, revelar e manter jogadores deu mais receita ao Santos do que a política exportadora de outros tempos.

O contraste com a falta de rumo do São Paulo se evidencia justamente nesse quesito.

Há quatro anos, uma das razões da troca de Muricy Ramalho por Ricardo Gomes era tentar melhorar a transição das divisões de base de Cotia para o CT dos profissionais.

Razão semelhante produziu a demissão de Muricy do Santos há um mês. O Santos sabe que só tem um caminho: revelar. Muito melhor do que contratar os jogadores medianos disponíveis no mercado que agradam a Muricy.

Às vezes, melhor até do que contratar craques consagrados, como Ganso. Ontem, Milton Cruz deslocou Ganso para a esquerda, por entender Jadson como seu armador mais produtivo.

O maior problema do São Paulo não parece ser a falta de talento, mas a ausência de alguém capaz de comprometer os jogadores e fazê-los se comportarem como um time.

Nos últimos quatro anos, Cotia forjou o melhor jogador do Tricolor --Lucas. Mas o baixo aproveitamento da base não ajudou a produzir um time vencedor.

Isso coloca Juvenal Juvêncio numa encruzilhada.

Contratar Muricy é voltar no tempo, de certa forma admitir o fracasso da operação Cotia, neste momento. Não o contratar é comprar briga com a arquibancada.

Ver nascer uma nova geração de garotos santistas justamente no clássico é perceber que o rival foi mais feliz na política que Cotia deveria representar.

Claro, é precoce dizer que os novos meninos da Vila representarão sucesso. Mas é justa a lembrança de que esse caminho levou o Santos a seus períodos mais vitoriosos, de Pelé a Neymar.

À CHILENA

Valdivia teve ótima atuação contra o Oeste, no sábado. Não a ponto de ser eleito o melhor do jogo, porque Leandro fez dois gols e deu uma assistência. Mas o chileno foi capaz de, de novo, dar esperança. Se tiver sequência de partidas e sangue nas veias, Valdivia será importante para o Palmeiras.

COMPETITIVIDADE

A palavra de ordem do Corinthians hoje não é equilíbrio. Tite prefere usar a expressão competitividade. Foi o que o Pato mostrou na Fonte Nova, para ser o melhor em campo. Se for competitivo, quiser ser melhor do que os outros, o atacante pode ser titular do time e, quem sabe, até da seleção.


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