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Foco

'Neymar' armênio de R$ 81 mi foi descartado no Morumbi

DE SÃO PAULO

O substituto de Götze no Borussia Dortmund custou € 27,5 milhões (mais de R$ 81 milhões), saiu do Shakhtar Donetsk e passou pelas categorias de base do São Paulo.

A transação não teria nada de extraordinária se o novo camisa 10 do vice-campeão europeu da última temporada fosse mais um dos brasileiros garimpados ainda jovens pelo clube ucraniano.

Mas Henrikh Mkhitaryan (a pronúncia certa é algo como Henrirr Mãrritaryan), apesar de falar português, nasceu bem longe do Brasil.

O meia-atacante de 24 anos nasceu na Armênia, uma das repúblicas que formavam a antiga União Soviética. Um país de futebol incipiente, que nunca participou de Eurocopa ou Copa e ocupa a 66ª posição no ranking da Fifa.

Mkhitaryan tem só 11 gols com a camisa da seleção e, mesmo assim, já é o maior artilheiro da história do país.

"Lá ele é mais que ídolo. Tem o status que o Neymar tem aqui", conta Vasken Yeginerian, 26, brasileiro que é descendente de armênios.

Foi sua família que acolheu Henno, como costuma chamar o velho amigo, quando ele chegou ao São Paulo como parte de um projeto de intercâmbio assinado entre o clube do Morumbi e o governo da Armênia, em 2003.

A casa da família Yeginerian recebia a cada fim de semana o grupo de intercambistas candidatos a jogadores de futebol do São Paulo. Era lá que eles matavam as saudades da terra natal.

"Na primeira vez que fui buscá-los no CT de Barueri [onde ficava a base do clube], tive que mentir para a administração e falar que era primo deles. Era Páscoa, sabíamos que havia uns armênios por lá e não queríamos que eles ficassem sozinhos."

"Minha mãe falou toda empolgada que ia fazer arroz e feijão, comida brasileira. Ele respondeu que estava comendo isso todo dia, que queria comida armênia."

Mkhitaryan passou quatro meses no São Paulo. Treinou no time infantil ao lado do zagueiro Breno, hoje preso na Alemanha. Avaliado pela comissão técnica, foi mandado de volta para seu país.

Com o tempo o armênio arranjou vaga no espaço quase exclusivo para brasileiros que é o ataque do Shakhtar e virou o principal atleta da equipe que vira e mexe emplaca jogador na seleção da CBF.

Os 25 gols que fez na última temporada lhe valeram o posto de artilheiro e o prêmio de craque do Ucraniano.

Sua ida para o Borussia Dortmund é a maior transferência da história do clube, onde terá de fazer a torcida mais fanática da Europa esquecer Götze, hoje no Bayern.

E a amizade com o brasileiro que o acolheu uma década atrás? A fama tratou de atrapalhar essa relação.

"A gente conversava pelo Facebook até pouco tempo atrás, mas ele ficou famoso e contratou um funcionário para gerenciar a conta dele. Aí, nunca mais me respondeu", diz Yeginerian.


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