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TV quer jogos mais curtos na Superliga, diz atleta olímpico
VÔLEI Gustavo Endres esteve em reunião que discutiu mudanças
A TV pediu à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) que tornasse os jogos da Superliga, principal torneio de clubes do país, mais curtos.
A informação é de Gustavo Endres, 37, campeão em Atenas-2004 e líder de uma comissão de atletas.
Ele esteve em reunião da CBV no mês passado, em São Paulo, com árbitros, atletas e técnicos para tornar as "partidas mais dinâmicas".
"Foram apresentados estudos mostrando que os jogos estavam demorando demais", afirmou Gustavo à Folha. "E foi um pedido da TV para que isso mudasse."
Ele citou a final da Superliga feminina, em abril, que terminou com a vitória do Rio sobre Osasco após mais de duas horas e 30 minutos.
Gustavo reconhece que os atletas têm parcela de culpa.
"Temos que aprender a não enrolar ou fazer catimba", afirmou. "Na hora do saque, todo mundo tem manias e essa demora para recolocar a bola em jogo é o que mais tem incomodado a transmissão", completou.
Uma das propostas é que os jogadores tenham um limite de tempo para sacar.
"Mas existem alguns agravantes. Em determinados momentos, por exemplo, precisaria de um tempo maior para enxugar a quadra. Precisamos achar maneiras de contornar isso", disse Gustavo.
O ex-jogador da seleção também disse que há intenção de diminuir as discussões entre atletas e árbitros.
Gustavo representa uma comissão de atletas, que não existe juridicamente e começou como grupo de discussão na internet e hoje tem mais de 300 e-mails cadastrados.
"Não sei se haverá mudança de mentalidade já para a próxima temporada, mas alguma coisa tem que mudar."
Questionada se houve solicitação para diminuir a duração de jogos, a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão da Superliga, informou que respeita as regras do vôlei.
"A Federação Internacional de Vôlei tem o próprio fórum para a tomada de decisões", disse a emissora. "A Globo respeita estas normas e acredita no potencial do vôlei."
A confederação afirmou que só comentará as propostas discutidas após a plenária, que está prevista para a segunda quinzena deste mês.
Em 1998, o vôlei passou por uma de suas maiores transformações: o set passou a ser de 25 pontos corridos em vez de 15 pontos com vantagem e também foi introduzida a figura do líbero, jogador especializado na parte defensiva.