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Edgard Alves

Caminhos tortuosos

Caso de campeã olímpica de vôlei do Brasil mostra tropeço em julgamento de processo de doping

O doping foi o assunto da semana no mundo olímpico com a revelação de casos de atletas que usaram substâncias proibidas. Repercutiram os testes positivos do norte-americano Tyson Gay e de quatro jamaicanos --os velocistas Asafa Powell e Sherone Simpson e os lançadores de disco Alisson Randall e Traves Smikles. Por aqui, também houve flagrantes no atletismo, com a corredora Sabine Heitling, integrante da seleção brasileira desde 2002, e do maratonista Idalto dos Santos.

Até aí, nada excepcional, exceto pela fama de que desfrutam Gay e Powell, há anos rivais de Usain Bolt, outro jamaicano, pela aura de homem mais rápido do mundo. Mas o impacto dessas revelações às vésperas do Mundial de atletismo, no mês que vem, em Moscou, mostra como o doping está presente, ativo.

Sequer o desfecho recente do escândalo envolvendo o ciclista Lance Armstrong, banido do esporte, parece ter assustado, inibindo o uso de substâncias vetadas pela Wada, a agência mundial antidoping. Armstrong foi punido só no rastro de denúncia, sem qualquer resultado positivo em teste antidoping.

Portanto, neste momento, é pertinente a busca por uma resposta à pergunta já formulada neste espaço: O Brasil, sede da próxima Olimpíada, em 2016, está tratando desse problema da forma adequada?

O Ladetec, laboratório especializado em testes antidoping, amplia suas instalações, no Rio, visando os Jogos, embora ainda esteja longe do padrão exigido para o desafio, pois também terá de capacitar profissionais e testar equipamentos. Um tropeço nesse empreendimento obrigará a organização dos Jogos a levar os cerca de 6 mil testes para análise no exterior, fato que implicará em vultosas despesas, e vexame.

Casos positivos de doping têm provocado arranhões na imagem do esporte no Brasil. O mais recente deles envolve a jogadora de vôlei Natália, campeã olímpica em Londres-2012. Reportagem de Bruno Doro e Luiz Paulo Montes, no portal UOL, revela que a atleta foi inocentada do uso de doping em julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do vôlei. Nos autos do processo constava laudo apontando uso de uma droga, mas dentro do índice permitido.

Acontece que, inexplicavelmente, foi ignorada informação da presença de uma segunda droga, apontada pelo Ladetec, esta sim com infração ao Código Mundial Antidoping. Um escândalo. O caso deve ser analisado novamente.

Sem entrar no mérito, tempos atrás, outros casos como do nadador Cesar Cielo, campeão olímpico, e o do jogador de vôlei de praia Pedro Solberg também geraram polêmica.

O controle antidoping age para garantir condições de igualdade em uma competição esportiva e para coibir o uso inadequado de drogas que podem colocar a saúde em risco. Assim, exige um padrão e muita seriedade, muita mesmo.


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