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Primeiro campeão a assumir a bissexualidade morre nos EUA

BOXE
Griffith, 75, levou à morte rival que o havia chamado de homossexual

EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO

Primeiro campeão mundial de boxe a assumir a bissexualidade, Emile Griffith, 75, morreu ontem em Nova York.

Membro do Hall da Fama do esporte desde 1990, tinha "demência pugilística" e não mais aparecia publicamente.

Campeão em duas categorias de peso (meio-médios e médios), Griffith admitiu a bissexualidade no livro "Nine... Ten... And Out!", do amigo e biógrafo Ron Ross, publicado em março de 2008.

Ganhou destaque na história o episódio no qual o cubano Benny "Kid" Paret morreu dias após ter sido massacrado por Griffith em uma luta.

O rival, em episódios anteriores, já o havia chamado de homossexual antes de um combate e rebolado para ele em cima do ringue.

Na luta fatal, Griffith atingiu 21 golpes consecutivos em Paret, que tinha seu corpo sustentado apenas pelas cordas no 12º assalto.

O castigo aplicado pelo nativo das Ilhas Virgens radicado nos EUA pôs o rival em coma --ele morreu dias depois.

O massacre foi acompanhado pela TV por 14 milhões de pessoas nos EUA.

Griffith afirmou que a imagem do filho pequeno de Paret esperando o pai chegar em casa o deprimiu, desanimou.

Chegou a pensar em deixar o boxe, mas foi demovido.

Fato é que, depois da fatalidade, o estilo de luta de Griffith mudou radicalmente. Se antes da tragédia seu percentual de lutas vencidas por nocaute era de 37,9%, após a morte de Paret caiu para quase a metade: apenas 21,4%.

O documentário "Ring Of Fire", de 2005, mostrou em uma das cenas finais Griffith abraçado ao filho de Paret.

Griffith é descrito por pessoas que o conheceram como uma pessoa "boa demais".Como técnico, esteve no Brasil com James "Quebra-Ossos" Smith, ex-rival de Adilson "Maguila" Rodrigues.

Não foram raras as vezes em que deixou de atender seus próprios compromissos para dirigir a equipe de beisebol "The Griffs", formada por crianças carentes.

Décadas após pendurar as luvas, Griffith, então figura assídua na comunidade gay, assumiu em 2006 a presidência da Stonewall Veterans Association, uma associação homossexual de Nova York.


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