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Jovens sereias
Com recordes, nadadoras adolescentes roubam a cena e disputam título de 'princesa' do Mundial de Barcelona
Parecia brincadeira de pega-pega: por 1.500 metros, as duas brigaram para ver quem chegaria primeiro.
Katie Ledecky desgarrou logo no começo, Lotte Friis se recuperou, passou a rival. E assim foram, se alternando na frente, transformando em diversão uma das mais enfadonhas provas da natação.
Mas algo não mudava: elas faziam a linha do recorde mundial correr atrás delas.
Nos últimos 50 metros, Katie parece ter se cansado de brincar. Acelerou sem dó e bateu na frente: 15min36s53, a melhor marca da história.
Um recorde que perdurava desde 2007, antes da era dos trajes tecnológicos.
Um ano após surpreender o mundo nos Jogos de Londres-2012 com o ouro nos 800 m livre, Katie mostrava que não é só uma promessa. Apesar de ainda ter 16 anos.
A nadadora norte-americana é uma das adolescentes que estão roubando a cena no Mundial de Barcelona.
Antes de vencer os 1.500 m livre, a garota já havia sido ouro nos 400 m livre.
"Há muitas atletas incríveis aqui, como Ruta [Meilutyte] e Missy [Franklin]. Eu só estou feliz de fazer parte desse grupo de nadadores e, principalmente, desse grupo de jovens que está ganhando seu lugar", disse Katie, ao responder se estava pronta para ser a rainha (ou a princesa) do Mundial de Barcelona.
Enquanto ela falava essa frase, Ruta, 16, batia a mão na parede para conquistar o ouro nos 100 m peito, com 1min04s42. O recorde, ela havia quebrado no dia anterior.
"Eu estava me sentindo melhor nesta manhã, mas talvez a ansiedade e a vontade de ganhar tenham atrapalhado. Mas fiquei feliz com o tempo", afirmou a nadadora lituana, que vive na Grã-Bretanha desde os 13 com o pai.
Como Katie, Ruta também surpreendeu o mundo nos Jogos de Londres, em 2012 --foi campeã dos 100 m peito.
Desde então, a jovem que perdeu a mãe aos 4 anos e começou a nadar aos 7, tornou-se celebridade em seu país de origem. Acabou de inaugurar uma piscina na cidade em que nasceu, Kaunas. Quando treinava por lá, Ruta se queixava da estrutura ruim.
"O reconhecimento da natação está crescendo na Lituânia desde a Olimpíada. Era um dos meus sonhos."
Katie vive em um dos países com a melhor estrutura para natação do mundo. Começou a nadar aos 6 anos.
Seu grande desafio após despontar na Olimpíada de Londres foi conciliar o calendário de provas da federação de natação de seu país com os torneios do colégio.
Em Barcelona, ela divide as atenções no time dos EUA com outra sensação teen. Missy Franklin, 18, já iniciou sua maratona ao estilo Michael Phelps no Mundial.
Ouro no revezamento 4 x 100 m livre no primeiro dia, ontem ela conquistou também os 100 m costas.
A nadadora saiu da água, vestiu agasalho, foi para o pódio, sorriu, acenou e voltou correndo para a piscina para a semi dos 200 m livre. Hoje, busca a terceira medalha. As finais começam às 13h.
NA TV
Mundial de Barcelona
5h SporTV
13h SporTV 2
