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Paulo Vinícius Coelho

O risco do Brasileirão

O interesse no segundo semestre pode prejudicar o campeonato mais importante do país

Doze dos 20 clubes da Série A esperam ansiosamente pelo sorteio das oitavas de final da Copa do Brasil. Vai acontecer na terça-feira às 13h, no Rio de Janeiro.

O atalho para a Libertadores estará repleto de pedras, mas será curto. Apenas oito jogos até 27 de novembro. Compare com as 28 partidas que os times devem fazer de hoje até 8 de dezembro para chegar à Libertadores via Brasileirão...

"Temos de medir o caminho até a final do Mundial, no Marrocos. Não devemos abandonar o Brasileirão, mas é bom priorizar a Copa do Brasil", disse o técnico Cuca, do Atlético-MG.

É uma pista de como o interesse dividido no segundo semestre pode produzir prejuízos para o campeonato mais importante, o Brasileirão.

Há duas décadas, a Copa do Brasil atrai as atenções mais nobres do primeiro semestre. O interesse é amplificado pela ideia de que ser campeão estadual não vale nada. Vale, mas não leva à Libertadores.

E o Brasileirão vale muito mais do que a Copa do Brasil, o que certamente fará o líder do campeonato desprezar o mata-mata se tiver de priorizar uma das duas taças.

A pergunta é: e quem estiver em décimo lugar? Vai escalar força máxima no domingo ou guardar suas forças para vencer as oitavas de final da Copa do Brasil?

O Corinthians preguiçoso das últimas semanas promete lutar pelo Brasileirão. É justo acreditar nisso. A vaga na Libertadores via Copa do Brasil pode se desfazer no último minuto do último jogo.

Jogar a toda velocidade o campeonato dá mais segurança até para ser quarto colocado e jogar na América do Sul no ano que vem.

Mas e o Santos, repleto de garotos? Se habitar o bloco intermediário do campeonato por longas semanas, vai escalar titulares contra o líder do Brasileirão?

A mesma pergunta vale para Atlético-PR, Goiás, Vasco, Atlético-MG e Fluminense. Todos os que certamente pouparão titulares no Brasileirão se houver mais chance de ter a vaga na Libertadores pelo atalho. E dá-lhe técnico escalando reservas em jogos que podem influir diretamente na disputa pelo título.

É verdade que a Europa vive situações semelhantes. A diferença é que o time do meio da tabela normalmente não está em briga nenhuma, exceto sair do rebaixamento.

Os adversários dos que tentam o título não poupam titulares contra o líder nem usam força total contra o segundo colocado --ou vice-versa-- como pode acontecer aqui. Nem preservam titulares contra o adversário direto de seu maior rival, criando o bizarro cenário do "entrega", de três temporadas atrás.

A mudança da Copa do Brasil vai tornar o semestre divertido, emocionante. Mas ideal seria ter mudanças motivadas por aspectos técnicos, não televisivos.

Nesse caso, o Brasileirão jamais correria o risco de ser a vítima.


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