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Cesar Cielo diz que se tornar o primeiro tri campeão mundial do 50 m livres foi o melhor sentimento de sua carreira inteira

MARIANA LAJOLO ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

Cesar Cielo ficou com o gosto amargo na boca durante exatamente um ano. A medalha de bronze nos 50 m livre nos Jogos Olímpicos de Londres estremeceu até a relação do nadador com sua maior paixão: a natação.

As pazes aconteceram quando ele olhou para o placar do Palau San Jordi e se surpreendeu com o que viu. Se tornava o primeiro tricampeão mundial da história nos 50 m livre. E com 21s32, era o homem mais veloz da era pós-trajes tecnológicos.

Bateu no peito com força e gritou "Vem, aqui". Sentia finalmente, de novo, que podia desafiar qualquer um.

"Sem dúvida foi, após a prova, o melhor sentimento da minha carreira inteira. Foi uma redenção para mim."

Cielo disse que chegou a Barcelona querendo um ouro para tirar o gosto amargo do terceiro lugar em Londres. A frustração olímpica, diz, o fez até odiar o esporte que mais ama. Não gostava de ler ou assistir nada ligado à natação ou à Olimpíada.

"[Vencer no Mundial] era mais para eu conseguir viver comigo mesmo. Eu estava numa maluquice que estava me fazendo odiar o esporte de que eu mais gosto", disse.

"Essa medalha me fez gostar da natação de novo. Juntou nessa prova o melhor tempo sem traje com todo ano que tive... Minha história com a natação voltou a ser feliz."

Cielo teve os joelhos operados em setembro. Surgiu ali a insegurança se conseguiria continuar no alto nível.

Neste ano, ele deixou o técnico Albertinho e fechou parceria com Scott Goodrich, 27, um ex-colega de treino nos EUA. Sua equipe, a PRO 2016 também foi desfeita.

O grande teste de todas essas mudanças seria o Mundial. O brasileiro diz que a meta era uma medalha de ouro. E acreditava que as únicas chances reais de vencer estavam nos 50 m borboleta.

Mas nem o ouro nessa prova parece ter acabado com o gosto amargo que ele sentia.

Cielo vivia uma espécie de conflito interno entre se contentar com o bicampeonato no borboleta e um bom tempo nos 50 m livre e a vontade de vencer a prova preferida.

Antes da final de ontem, disse para Goodrich que "estaria perfeito" se fizesse 21s45, mesmo que fora do pódio. "Mas brinquei que, se saísse 21s39, a gente ia correr e arrancar baliza do chão."

Nem em brincadeira Cielo imaginou desfecho melhor.


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