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Entrevista Felipe Nasr

É chato ver um país como o Brasil com escassez de pilotos

Campeão em várias categorias, brasileiro busca agora título da GP2 e se cerca de patrocinadores para tentar chegar à F-1 em 2014

TATIANA CUNHA ENVIADA ESPECIAL A SPA-FRANCORCHAMPS

Com a incerteza sobre a permanência de Felipe Massa na F-1 no próximo ano, as atenções do Brasil começam a se voltar para outro Felipe.

Aos 21 anos, Felipe Nasr é o vice-líder da GP2 e possivelmente o único piloto do país com chances de chegar à principal categoria do esporte a motor já no próximo ano.

Mais do que isso. Com a extinção do automobilismo de monopostos no Brasil e a dificuldade em formar novos talentos, é muito provavelmente o último brasileiro que chegará a pilotar um carro de F-1 em muitos anos.

Currículo para estar no grid no ano que vem Nasr tem. Campeão em todas as categorias que disputou até agora --kart, F-BMW e F-3 inglesa--, o brasileiro quer agora o título da GP2 para ficar em posição confortável para definir sua mudança para a categoria principal.

Hoje, dependendo do resultado da segunda corrida do fim de semana em Spa-Francorchamps, ele pode tirar de Stefano Coletti a liderança do campeonato.

Depois, serão seis provas até o encerramento da GP2. Até agora, Nasr só deixou de pontuar em Silverstione e na corrida de ontem.

"Por enquanto quero me focar neste ano, tentar conquistar este título e aí sim pensar se é a hora certa de entrar na F-1", disse à Folha no paddock da GP2 na Bélgica.

Folha - Você venceu todos os campeonatos que disputou até aqui. Este é o ano da GP2?

Felipe Nasr - Espero que sim. Fazer um segundo ano sempre foi meu plano porque você já tem experiência com o carro, com os pneus, sabe como o final de semana funciona. E, se a expectativa é maior, a confiança também é. Desde o começo do ano, com a Carlin [equipe do piloto], vi que tinha potencial de lutar pelo título, e meu desejo é tentar ganhar todos os campeonatos pelos quais passei.

Acha que hoje só talento é suficiente para chegar à F-1?

Não. Há alguns anos, era sim. Mas, hoje, a parte financeira é muito importante. O piloto precisa ter uma boa visibilidade e o apoio do país, o que fez com que a entrada na F-1 se tornasse muito mais difícil que há alguns anos. Por isso, fiz um trabalho importante com meus patrocinadores no Brasil, e todos têm o plano de chegar comigo à F-1.

Como vê a responsabilidade de ser talvez o último brasileiro a chegar à F-1 em anos?

Nunca parei pra pensar nisso e não há motivo. Faço meu trabalho como sempre fiz e quero manter a regularidade que tenho conseguido. No fim, o que conta mesmo, o que abre as portas, são os resultados. Acho que esse peso nunca me afetou porque estou mais preocupado com o que faço nas pistas.

Como vê a situação atual do automobilismo no Brasil?

Acho que temos uma visibilidade boa nas categorias de turismo, mas, para quem quer chegar à F-1, realmente é difícil. A maioria dos pilotos vem direto do kart para a Europa porque as categorias têm estrutura. É chato ver um país como o Brasil, que já teve tantos representantes na F-1, nesta escassez de pilotos.

Você nunca guiou um F-1. Sente-se pronto para a mudança?

Sem dúvida. Seria um sonho, seria fantástico. Sei que, no ano que vem, vai haver uma grande mudança de regulamento, mas acho que seria o momento ideal e uma oportunidade muito boa. Mas não é hora de pensar que eu quero estar na F-1 no ano que vem ainda, não quero me colocar nesta posição. Quero trabalhar neste ano para conquistar este título.

Então a disputa de um terceiro ano do campeonato da GP2 não está descartada?

O problema é que na GP2, se você acaba ficando mais de dois, três anos, tira o brilho do piloto e pode estragar o trabalho que temos que mostrar a curto prazo. Mas também não descarto a possibilidade. Estou confiante de que vou ficar com este título. Estou trabalhando para isso. O plano é terminar esta temporada na GP2 e, se possível, trabalhar minha entrada na F-1 na temporada que vem.

Além do trabalho nas pistas, você já está fazendo algum outro tipo de preparação para chegar à F-1?

Sem dúvida. Trabalho com uma empresa na Inglaterra que faz meu acompanhamento físico e psicológico e, quando estou no Brasil, também tenho ajuda. Mesmo quando não estou correndo, estou sempre fazendo algo.


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