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Mulheres lideram Brasil no Mundial do Rio

JUDÔ Com campeã olímpica, time é carro-chefe no torneio que começa hoje

PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

O Mundial de judô do Rio, que começa hoje, pode representar uma guinada histórica na seleção brasileira.

Pela primeira vez, as mulheres chegam ao torneio como carro-chefe da delegação.

O status não poderia ser mais legítimo. O Brasil manda aos tatames do torneio uma campeã olímpica e três líderes de ranking mundial.

Isso num grupo com média de idade inferior a 24 anos.

A piauiense Sarah Menezes, 23, é quem puxa a fila de sucessos. Número um do planeta no peso ligeiro (até 48 kg), ela se tornou a primeira judoca brasileira a ganhar um ouro olímpico --nos Jogos de Londres, no ano passado.

Também tem dois bronzes em Mundiais no currículo.

Cabe a ela abrir a participação brasileira no Rio hoje, a partir das 10h, no Maracanãzinho. Ela estreia contra a cazaque Aigul Baikuleva.

No masculino, Felipe Kitadai, bronze em Londres, é o único a entrar no tatame.

As finais ocorrem às 16h.

Sarah lutará por outro feito inédito. Nunca uma mulher do país subiu ao topo do pódio em um Mundial --os homens já têm quatro ouros.

Se falhar, outras duas líderes de ranking, Mayra Aguiar (até 78 kg) e Maria Suelen Altheman (acima de 78 kg), podem quebrar o tabu.

Historicamente, o judô feminino foi o "sexo frágil" em relação ao masculino.

Dos 19 pódios olímpicos do Brasil, só três foram com "elas". E, de 28 medalhas em Mundiais, 20 são "deles".

A balança virou no último Mundial. Em Paris-2011, foram três láureas femininas e apenas duas masculinas.

O começo da reviravolta ocorreu em 2006. Insatisfeita com os resultados, a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) vetou a ida da seleção feminina a treinos na Ásia.

"Elas queriam comer meu fígado", afirmou o coordenador da seleção, Ney Wilson.

Foi traçado um novo planejamento, que privilegiava a categoria de base.

"Quando mandamos a Sarah, com 18 anos, e a Mayra, com 17, para a Olimpíada de Pequim, nos criticaram. Era uma aposta", disse Wilson.

Naqueles Jogos, Ketleyn Quadros ganhou a primeira medalha olímpica feminina.

Anualmente, a CBJ gasta R$ 6 milhões com seleções.

É uma realidade muito distinta do que viveu Danielle Zangrando, primeira medalhista do país em Mundiais --bronze em Tóquio-1995. "Fui ao Mundial sem nunca ter ido a uma grande competição internacional. Pagávamos passagem do bolso", disse ela.


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