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Gylmar tinha dom e elegância, diz Zetti sobre ex-goleiro
MEMÓRIA
Companheiros do Santos bicampeão mundial vão ao enterro do único arqueiro a vencer duas Copas como titular
Com o caixão coberto pelas bandeiras dos três clubes que defendeu --Jabaquara, Corinthians e Santos--, o ex- -goleiro Gylmar dos Santos Neves, bicampeão com a seleção em 1958 e 1962, foi enterrado ontem em São Paulo.
Gylmar morreu anteontem aos 83 anos após complicações de um infarto.
No enterro, no Cemitério do Morumby, estavam ex-jogadores como Pepe, Zito e Dorval, que integraram o Santos bicampeão mundial em 1962 e 1963.
Porém o maior astro daquele time, Pelé, não foi.
Seu assessor de imprensa informou que Pelé estava em um sítio, mas explicou que o ex-jogador mandou mensagem de condolências à família do ex-companheiro de time lamentando sua morte.
"Gylmar foi exemplo de comportamento e habilidade técnica. Tinha o dom, a elegância", disse Zetti, ex-goleiro de São Paulo, Palmeiras e campeão com a seleção brasileira na Copa de 1994.
"O que ele fez para o futebol vai ficar marcado. É o melhor de todos os goleiros", afirmou o ex-lateral Cafu.
O presidente da CBF, José Maria Marin, também presente, disse que Gylmar deve servir de exemplo aos jovens.
"Era uma extraordinária figura humana. Espero que os novos atletas cultivem o que ele representa", afirmou.
Único arqueiro a vencer duas Copas como titular, Gylmar encerrou a carreira em 1969. Em 2000, teve um AVC (acidente vascular cerebral) e perdeu os movimentos do lado direito do corpo e a fala.
Para Marcelo Neves, filho do ex-goleiro, a morte é o fim de um sofrimento. "A gente estava há 13 anos nesta batalha. Chegou uma hora em que viver assim não vale a pena. É triste falar isso, mas é um alívio para ele e todos nós."