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Foco

EUA, Irã e Rússia se unem para manter a luta na Olimpíada

LÍGIA MESQUITA DE BUENOS AIRES MARIANA LAJOLO EDITORA-ADJUNTA DE "ESPORTE"

Norte-americanos, iranianos e russos lado a lado, forças unidas, sem desavenças, em busca da mesma meta.

O que parece impensável no cenário político mundial está sendo visto no esporte. Os três países uniram esforços para cumprir uma missão: manter as lutas no programa da Olimpíada.

A decisão será tomada hoje, em votação do Comitê Olímpico Internacional, em Buenos Aires (Argentina).

Squash e a candidatura combinada de beisebol e softbol são os adversários.

A maior demonstração da união das três superpotências da luta mundial foi dada em maio, na Grand Central Station, em Nova York.

Em um palco montado no meio do terminal, norte-americanos, russos e iranianos fizeram um torneio para promover a modalidade --disputada nos estilos livre e greco-romana-- que entrou nos Jogos Olímpicos na primeira edição, em 1896, e ficou fora apenas na disputa de 1900.

Em Londres, os três países ganharam juntos 21 das 72 medalhas possíveis e 9 dos 18 ouros em disputa (4 da Rússia, 3 do Irã e 2 dos EUA).

A luta teve poucos meses para armar uma defesa, já que foi previamente excluída dos Jogos em fevereiro. O squash nunca esteve na Olimpíada. Softbol e beisebol já não haviam sido disputados em Londres-2012. O primeiro ficou no programa de 1996 a 2008, o segundo havia estreado oficialmente em 1992.

A luta já anunciou mudanças de regras, como aumento de pontuação, que tornam a disputa mais atrativa para TV e fácil para o público entender. Também incluiu uma categoria de peso feminina e promete ter ao menos uma vice mulher nos quadros da federação internacional.

O apelo para a TV e para os jovens e a participação feminina são alguns dos principais critérios do COI, que a cada ciclo olímpico exclui e inclui eventos nos Jogos --a Rio-2016, por exemplo, terá os retornos de golfe e rúgbi.

Em sua campanha, a luta contou até com o reforço de atores, como William Baldwin, 50, que foi lutador na juventude.

Ele integra a comitiva dos EUA que trabalha para que a modalidade volte aos Jogos.

"O que podemos fazer com a luta é algo que nenhum presidente desde John Kennedy foi capaz: pôr os três países [EUA, Irã e Rússia] juntos, com objetivos iguais", disse.

"O esporte transcende a política, as barreiras sociais, econômicas e culturais."

Para ele, o Irã seria o país que mais perderia com a exclusão. Lá, a luta é esporte nacional, e até lutadores dos EUA são ídolos. Lutadores ganharam três dos quatro ouros do país em Londres.

"Você não pode tirar isso de uma mulher ou de um trabalhador do campo na Rússia ou de uma criança em Teerã. Isso diz muito sobre o que é o esporte, a Olimpíada."


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