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Prancheta do PVC

O país dos interinos

Dirigente prefere muitas vezes contratar o técnico-grife para se proteger; melhor proteger o clube

Questionado sobre o risco de manter Jayme de Almeida no comando do Flamengo, um dia depois do pedido de demissão de Mano Menezes, o vice-presidente de futebol Wallim Vasconcellos foi enfático: "Arriscado, por quê? Com o Andrade não foi assim, antes de ser campeão em 2009? E com o Carlinhos, campeão em 1987 e 1992? O Jayme tem pele rubro-negra, e os jogadores o adoram. Isso pode ser muito importante para recuperar a equipe."

A vitória sobre o Criciúma e o empate com o Botafogo indicam que a diretoria rubro-negra tinha razão. A experiência contrasta em parte com a do São Paulo, que escapou do abismo momentaneamente depois de contratar Muricy, a segunda grife contratada em três meses, depois do fracasso da outra, Paulo Autuori.

Dos 200 milhões de técnicos brasileiros, só meia dúzia ganha mais do que R$ 300 mil mensais.

Alguns desses resolvem. Tite está em seu inferno astral, especialmente depois do fiasco de ontem, contra a Portuguesa, e pode até não renovar para 2015. Mas é dos bons.

Felipão foi brilhante na montagem do time campeão da Copa das Confederações, fez o milagre de ser campeão da Copa do Brasil pelo Palmeiras, mas não evitou a briga contra o rebaixamento, antes de ser demitido em 19º lugar, no ano passado.

Mas dirigente prefere muitas vezes contratar o técnico-grife para proteger a si próprio. Melhor ter certeza de estar tomando a decisão certa, cara ou barata. Proteger o clube.

Não há receita exata. O melhor jeito é o dirigente conhecer seu time, a necessidade do momento e apostar no cara certo, seja um nomão ou nomezinho.

Há quatro anos, o Flamengo demitiu Cuca e efetivou Andrade. Foi campeão brasileiro (ilustração 1). Hoje, Cuca é campeão da Libertadores, e Andrade nunca mais teve a oportunidade de fazer um bom trabalho --foi rebaixado para a Série C pelo Brasiliense.

Em 1998, o Corinthians perdeu Luxemburgo para a seleção e efetivou seu auxiliar, Oswaldo de Oliveira. Um ano depois, Oswaldo liderava o timaço campeão brasileiro (ilustração 2). Há outros exemplos de sucesso com técnicos tampões. Carlinhos, citado por Wallim Vasconcellos, saiu de interino para campeão brasileiro em 1987. Mário Travaglini foi campeão paulista assim, pelo Palmeiras, em 1966. José Poy chegou ao vice-campeonato brasileiro partindo de posição semelhante, em 1971. Se quem contrata confia e dá respaldo, pode dar certo.

Em 2005, o Grêmio contratou Mano Menezes, que só tinha no currículo a semifinal da Copa do Brasil pelo 15 de Campo Bom. Deu certo.

É possível que o ano termine deixando a pergunta: o que Jayme de Almeida tem que Mano Menezes não tem? Dinheiro é que não é.

DE MAL A PIOR

Fala-se dentro do Corinthians que o time não caiu de produção durante o ano. Jogou mal desde janeiro. De fato, contam-se nos dedos as partidas boas desde a vitória sobre o Chelsea. Mesmo admitindo isso, é inacreditável ter só um gol --e contra-- em oito partidas. O time marca menos por pressão, e os rivais já conhecem seu estilo. Mas nada explica ter só um ponto no returno.

CASTIGO

O São Paulo fez bom jogo contra o Grêmio. Teve Ganso carimbando todas as bolas no ataque e Luís Fabiano desperdiçando boas chances de gol. O Morumbi era uma muralha. Neste Brasileirão, o São Paulo jogou 12 vezes em casa e perdeu sete. Só pode brigar para não cair. Com o desempenho de visitante que tem e o de mandante que tinha, teria 23 pontos a mais. Seria líder.


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